São Paulo, Terça-feira, 20 de Abril de 1999
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Procuradores rebatem críticas

da Sucursal do Rio

Os quatro procuradores da República que investigam, no Rio, a suspeita de venda de informações privilegiadas aos bancos Marka e FonteCindam disseram ontem que prosseguirão investigando, apesar das críticas do presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro Renan Calheiros (Justiça).
As críticas foram à operação de busca e apreensão de documentos na casa do ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes.
A procuradora Raquel Branquinho Nascimento, que integra o grupo, foi chamada a Brasília pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. Ela negou que Brindeiro tenha requisitado o inquérito para Brasília, como chegou a ser noticiado.
Os procuradores requisitarão hoje ao Conselho Superior do Ministério Público, durante reunião em Brasília, que o órgão assuma a defesa institucional do trabalho da Procuradoria da República no Rio.
No início da noite, eles levaram até a 6ª Vara Federal todos os documentos relativos ao caso Marka. Disseram que pedirão à Polícia Federal a abertura de dois inquéritos: um para investigar a suspeita de crimes contra o sistema financeiro e outro para apurar a legalidade da posse da escopeta encontrada no porta-malas de um carro de Cacciola, durante operação em sua casa. Eles pediram também a suspensão do sigilo dos documentos.
Segundo Maurício Manso, coordenador criminal da Procuradoria da República no Rio, o pedido não inclui os documentos que envolvem sigilo bancário e fiscal.
Manso informou que, na ação de busca e apreensão de documentos na Macrométrica -empresa de consultoria econômica da qual Lopes foi sócio-, foram encontrados apenas arquivos e revistas antigas. Nada de importante "visualmente", segundo Manso.
Branquinho disse que a Procuradoria vai franquear à CPI os documentos que tenham relação com as investigações no Senado. O mesmo, segundo ela, será feito com relação à PF, que investiga suspeita de corrupção no BC.
A Associação Nacional dos Procuradores da República divulgou ontem nota em apoio aos procuradores do Rio. Para o advogado João Piza, autor da representação dos ex-cotistas dos fundos do Banco Marka e dos deputados Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini encaminhada ao Ministério Público, não houve ilegalidade.


Colaborou a Reportagem Local


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