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Dirceu diz que é
contra assinar
carta com o FMI
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O presidente nacional do PT,
José Dirceu, disse ontem que é
contrário à assinatura de uma
carta-compromisso entre os
candidatos e o Fundo Monetário Internacional (FMI), como
chegou a ser noticiado.
O Fundo não busca tal carta,
mas o governo brasileiro pensa
em assinar um acordo com os
candidatos que passarem ao
segundo turno para facilitar
uma negociação com o FMI
(leia texto ao lado). "Acredito
que a assinatura de uma carta-compromisso pode significar o
começo de uma ida ao FMI, e
eu sou totalmente contrário a ir
ao Fundo", disse ele ontem à
tarde em Nova York, para onde
voltou após ida a Washington.
Anne Krueger
Segundo depoimentos de
funcionários do FMI (Fundo
Monetário Internacional) à Folha, causou surpresa a dimensão dada pelos mercados e pela
imprensa brasileira à visita ao
Brasil, na próxima semana, da
vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger.
Embora reconheçam que a
visita é um fato positivo, por
simbolizar o apoio e a boa vontade do Fundo com o país, eles
notam que Krueger -a número dois na hierarquia da instituição- não carregará acordo
de transição para ser assinado
nem para ser negociado.
A viagem de Krueger já estava marcada havia dois meses.
Ela terá reuniões na terça-feira
com FHC e com o ministro Pedro Malan (Fazenda), que serão mais para mostrar o apoio
político da instituição ao Brasil.
Com o mesmo objetivo, Malan terá reunião no começo de
agosto com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos,
Paul O'Neill -que, como
Krueger, virá pela primeira vez
ao país no cargo atual.
Para o governo, o apoio do
FMI e dos EUA, principal acionista do Fundo, é visto como
fator importante para reduzir
as desconfianças dos investidores estrangeiros sobre o país.
Colaboraram a Sucursal de Brasília e
MÁRCIO AITH, de Washington
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