São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/NOVAS VERSÕES

Land Rover do ex-secretário-geral do PT foi comprada, segundo vendedor, por funcionário da GDK, empresa que ganhou contrato da Petrobras

Silvio pode ter tido carro pago por empresa

DA REDAÇÃO

Entre os bens do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira está um carro Land Rover Defender 2003. Ontem, durante o depoimento de Silvio à CPI dos Correios, o deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) insinuou que o carro teria sido comprado pelo empresário César Oliveira, sócio da GDK, que trabalha nas áreas de gás e petróleo e que ganhou concorrência de contrato de US$ 90 milhões para reformar a plataforma P-34 da Petrobras.
O ex-secretário geral disse conhecer o empresário, mas negou a acusação. "Eu mantinha contatos institucionais com César Oliveira, mas repito que não intermediei interesses de empresas."
Reportagem de ontem do "Jornal Nacional", na TV Globo, rastreou as condições da compra do carro a partir de registros do Detran e encontrou o vendedor responsável pela negociação de compra que passou o carro para o nome de Silvio Pereira.
Segundo o vendedor Hamilton Costa de Souza, ele recebeu uma ligação de um homem chamado Zé Paulo, da Bahia (Estado onde fica a sede da GDK), à procura de um carro como o negociado. O depósito, de R$ 73,5 mil, foi eletrônico, de acordo com ele, que disse não se lembrar de que conta saiu o dinheiro. Nos documentos, passou a constar o nome de Silvio como proprietário.
O "Jornal Nacional" ligou para o número de Zé Paulo, que ainda consta na agenda de Hamilton de Souza, e chegou à GDK.
A funcionária da empresa que atendeu o telefonema disse ao produtor da Globo, que não se identificou, que Zé Paulo estava de licença porque "casou", mas que ele continuava na chefia.

Outro lado
Assessores do PT, procurados pela reportagem da Globo, disseram que não conseguiram falar com o ex-secretário-geral devido ao seu depoimento na CPI, mas afirmaram não ter havido irregularidades na compra.
O presidente do PT, Tarso Genro, disse ao jornal que, se as informações forem verdadeiras, Silvio "vai enfrentar processos políticos e judiciais".
A GDK afirmou em nota nunca ter efetuado pagamento para pessoa física ou jurídica sem relações com a empresa.
À noite, questionado novamente, Silvio negou-se a dar explicações. "Todas as informações estão no meu Imposto de Renda e poderão ser analisadas pela CPI."


Texto Anterior: Elio Gaspari: O "Kama Sutra" do PT pede atenção
Próximo Texto: À CPI, ex-secretário-geral nega nomeações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.