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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CASO WALDOMIRO
Rogério Buratti foi secretário de Governo do atual ministro da Fazenda durante sua gestão na Prefeitura de Ribeirão Preto
CPI quebra sigilos de ex-assessor de Palocci
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
A CPI dos Bingos aprovou ontem a quebra dos sigilos bancário,
fiscal e telefônico do advogado
Rogério Tadeu Buratti, da sua
mulher, a professora Elza Buratti,
e do empresário Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Relacionado ao caso Waldomiro
Diniz, Buratti foi secretário de
Governo do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, na
Prefeitura de Ribeirão Preto (SP).
Ex-assessor da Casa Civil, então
chefiada por José Dirceu, Waldomiro teria imposto uma empresa
de Buratti, a BBS Consultores Associados, como condição para
que a empresa de informática
GTech Brasil, que gerencia loterias, renovasse um contrato com a
CEF (Caixa Econômica Federal).
À época, Buratti negou conhecer Waldomiro Diniz e disse ter
recusado oferta da GTech para
atuar como lobista no processo de
renovação do contrato. Essa renovação virou parte importante do
escândalo Waldomiro.
Pivô da maior crise do governo
em 2004, Waldomiro foi flagrado
em vídeo negociando propina
com Carlinhos Cachoeira, em
2002. O dinheiro supostamente financiaria campanhas eleitorais.
Waldomiro deverá ser ouvido pela CPI no dia 11 de agosto.
Buratti também foi apontado
pelo Ministério Público Estadual
como participante de suposto esquema de fraudes em licitações
públicas promovido por executivos da empresa de lixo Leão Leão.
Ontem, a CPI também votou
pela quebra dos sigilos das empresas GTech, BBS Consultores e
Associados e W Way Informática
Ltda, as duas últimas de Buratti.
Também foram autorizadas as
quebras dos sigilos dos ex-dirigentes da GTech Marcelo Rovai e
Antonio Carlos Lino Rocha, do
advogado da GTech Enrico Gianelli, do ex-assessor da CEF Ralf
Barquete Santos (morto em 2004)
e de Denivaldo Henrique Araújo.
Brizola
Em depoimento ontem, à CPI,
José Vicente Brizola, filho do ex-governador do Rio e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola (1922-2004), acusou a campanha majoritária do PT gaúcho de arrecadar
dinheiro com concessionárias de
jogos e fazer "caixa dois" para financiar campanhas em 2002.
Ele disse ter sido procurado por
Carlos Fernandes, filho da então
candidata do PT ao Senado Emília Fernandes, para que intermediasse uma negociação com empresários de jogos interessados
em contribuir na campanha. À
época, Vicente presidia a Lotergs
(Loteria do Rio Grande do Sul).
"Fui procurado pelo filho da senadora e por ela. Eles me propuseram que angariasse recursos
para a campanha majoritária com
concessionárias e outros operadores legais e ilegais." A direção
do PT disse que as informações
obtidas em CPI serão checadas.
Derrotada na eleição, Emília chefiou a Secretaria Especial da Mulher no governo Lula até janeiro
de 2004. Ela negou as acusações.
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