São Paulo, quarta-feira, 20 de julho de 2005

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PERFIL

Sob suspeita, Buratti foi exonerado por Palocci em 1994

DA REPORTAGEM LOCAL

Quando, em 2004, o nome de Rogério Tadeu Buratti apareceu associado a uma suposta exigência feita por Waldomiro Diniz, ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, para a a renovação do contrato entre a GTech e a Caixa Econômica Federal, o presidente Lula cobrou explicações do ministro Antonio Palocci.
Na ocasião, Palocci disse a Lula que, desde o final de 1994, não trabalhava mais com Buratti. Foi naquele ano que o ministro, então prefeito de Ribeirão Preto, se viu obrigado a exonerar Buratti, considerado o homem forte de seu governo, da Secretaria de Governo.
Sobre ele recaíam suspeitas de distribuição prévia de obras. Uma fita obtida e divulgada pela Folha na época apontava conversas dele com um engenheiro da construtora Almeida & Filhos, nas quais havia suspeitas de favorecimento. A Câmara e a Promotoria investigaram o caso e nada foi provado.
Após deixar a prefeitura, Buratti, advogado, criou a Assessorarte. Ficou na empresa, especializada na preparação de concursos públicos, até 1999.
Depois passou a trabalhar só para a Leão Leão -a maior financiadora da segunda campanha de Palocci à prefeitura.
A relação de Buratti com o PT é antiga. Ele foi um dos fundadores do PT em Osasco, na década de 80, ao lado de políticos como João Paulo Cunha.
Em depoimento à PF, diretores da GTech disseram que Diniz "impôs" à empresa a contratação de Buratti como assessor. Em troca, Diniz teria agido para facilitar a renovação do contrato com a Caixa pelo qual a GTech gerencia as loterias federais (contrato de R$ 650 milhões). Ouvido novamente pela PF, Buratti acusou a GTech de tentar contratá-lo como lobista, e que ele não teria aceitado.


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