São Paulo, domingo, 20 de agosto de 2000 |
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OBRAS PÚBLICAS Ministro de tribunal diz que obra de ponte não foi paralisada porque "ficaria mais caro para o país" Irregularidades são citadas em quatro auditorias do TCU DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO A construção da ponte rodoferroviária foi apreciada pelos ministros do TCU por quatro vezes desde 96. Antes, havia passado por auditorias do TCE-SP. Na primeira decisão, foram apontadas as irregularidades e solicitadas informações à Secretaria de Transportes de São Paulo. Na última, em novembro de 98, o ministro Iram Saraiva relatou que a União repassou recursos a uma obra cercada de "impropriedades", sem analisar tecnicamente o contrato e seus termos e que o Ministério dos Transportes "assumiu um compromisso de aproximadamente US$ 250 milhões sem as cautelas exigidas". Concluiu que o tribunal não interrompeu a obra ou determinou um novo processo licitatório porque seria mais oneroso para o país, mas determinou providências saneadoras que reduziram seu custo. O vice-presidente do TCU, ministro Humberto Souto, diz que os julgamentos do órgão não são políticos, como acusam os deputados da oposição. "Órgão sério" "Essas críticas são uma maneira de desvalorizar o tribunal fundado há 110 anos por Rui Barbosa. O TCU é o órgão mais sério, independente e ético do país. Nunca teve uma denúncia de corrupção e não tem nepotismo", disse o vice-presidente do tribunal. O ministro afirma que o órgão não chegou tarde no caso da ponte rodoferroviária, que foi iniciada com verbas estaduais. "Fizemos auditorias, recomendações e só não paralisamos a obra porque ficaria mais caro para o país." A ponte sobre o rio Paraná é a única do país em que os sistemas rodoviário e ferroviário estão sobrepostos. Ela faz a conexão entre a Ferronorte e a Ferroban (antiga Fepasa). As quatro pistas rodoviárias elevaram em quase seis vezes o tráfego de veículos entre Rubinéia, cidade no extremo paulista, e Aparecida do Taboado (MS). Antes, o transporte era feito por balsas. Hoje, o tráfego diário é de 4.500 veículos. Segundo a assessoria de imprensa da Ferronorte, seis composições, em média, passam diariamente pela ponte ferroviária com capacidade de levar até 1.026 toneladas/mês. Mas os seguidos acidentes (só neste ano houve 51) interrompem por até três dias o tráfego dos trens. Ferroban e Ferronorte fecharam um acordo para recuperar os trilhos paulistas num programa emergencial. O objetivo é atingir o transporte mensal de 1 milhão de toneladas entre o Centro-Oeste e o porto de Santos. Passados dois anos da inauguração da ponte, a Ferronorte só concluiu um trecho de 410 km entre Aparecida do Taboado e Alto Taquari (MT). A chegada dos trilhos a Rondonópolis (MT) está prevista para 2002. (ES) Texto Anterior: Obras públicas: Obra recebe R$ 185 mi após parecer contrário do TCU Próximo Texto: Outro lado: Ministério diz que governo paulista deveria fiscalizar Índice |
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