São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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CRISE CAPIXABA

Metade dos envolvidos seria de servidores e autoridades públicas

OAB recebe balanço de operação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo de Tarso Ramos Ribeiro (Justiça) apresentou ontem ao presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Rubens Approbato Machado, os resultados do primeiro mês de operação da missão especial de combate ao crime organizado no Espírito Santo.
O ministro fez questão de frisar que não há carência de recursos ou de pessoal na missão. Em julho, a Folha revelou que os agentes não tinham recebido dinheiro para diárias e alojamento. Dias depois, o governo liberou R$ 1 milhão para a operação.
Ao todo, seis pessoas já foram presas, inclusive um oficial e um policial militares. Segundo Machado, metade dos suspeitos envolvidos com o crime organizado que estão sob investigação da PF é de servidores ou autoridades públicas. Segundo o ministro, as polícias Federal e Rodoviária Federal estão com 130 agentes no Estado para essa missão especial.
A operação em conjunto de policiais federais e rodoviários federais teve início no dia 17 de julho. O presidente Fernando Henrique Cardoso havia prometido à OAB que o primeiro relatório seria divulgado à entidade.
O documento é tratado com cuidado e sigilo no ministério. Os assessores mais próximos do ministro e do presidente da OAB não puderam assistir à conversa que tiveram com o diretor-geral da PF, Armando de Assis Possa.
A cúpula da missão avalia que essa é a área mais importante e "delicada" da ação conjunta. Dela participam o Banco Central, Receita Federal e Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Há, ainda, uma equipe aérea e um grupo especializado em interdição de drogas envolvidos na missão.
O ministério espera mostrar com a prisão dos líderes do narcotráfico que a intervenção federal não era necessária.
O assassinato do advogado Joaquim Marcelo Denadai fez com que a OAB fizesse um pedido em julho ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana para intervenção federal no Espírito Santo. O relatório final do conselho, favorável à intervenção, foi arquivado pelo procurador-geral, Geraldo Brindeiro. A decisão provocou a demissão de Miguel Reale Júnior da pasta da Justiça.



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