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CRISE CAPIXABA
Metade dos envolvidos seria de servidores e autoridades públicas
OAB recebe balanço de operação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Paulo de Tarso Ramos Ribeiro (Justiça) apresentou
ontem ao presidente nacional da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), Rubens Approbato Machado, os resultados do primeiro
mês de operação da missão especial de combate ao crime organizado no Espírito Santo.
O ministro fez questão de frisar
que não há carência de recursos
ou de pessoal na missão. Em julho, a Folha revelou que os agentes não tinham recebido dinheiro
para diárias e alojamento. Dias
depois, o governo liberou R$ 1 milhão para a operação.
Ao todo, seis pessoas já foram
presas, inclusive um oficial e um
policial militares. Segundo Machado, metade dos suspeitos envolvidos com o crime organizado
que estão sob investigação da PF é
de servidores ou autoridades públicas. Segundo o ministro, as polícias Federal e Rodoviária Federal estão com 130 agentes no Estado para essa missão especial.
A operação em conjunto de policiais federais e rodoviários federais teve início no dia 17 de julho.
O presidente Fernando Henrique
Cardoso havia prometido à OAB
que o primeiro relatório seria divulgado à entidade.
O documento é tratado com
cuidado e sigilo no ministério. Os
assessores mais próximos do ministro e do presidente da OAB não
puderam assistir à conversa que
tiveram com o diretor-geral da
PF, Armando de Assis Possa.
A cúpula da missão avalia que
essa é a área mais importante e
"delicada" da ação conjunta. Dela
participam o Banco Central, Receita Federal e Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Há, ainda,
uma equipe aérea e um grupo especializado em interdição de drogas envolvidos na missão.
O ministério espera mostrar
com a prisão dos líderes do narcotráfico que a intervenção federal
não era necessária.
O assassinato do advogado Joaquim Marcelo Denadai fez com
que a OAB fizesse um pedido em
julho ao Conselho de Defesa dos
Direitos da Pessoa Humana para
intervenção federal no Espírito
Santo. O relatório final do conselho, favorável à intervenção, foi
arquivado pelo procurador-geral,
Geraldo Brindeiro. A decisão provocou a demissão de Miguel Reale
Júnior da pasta da Justiça.
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