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ESTRATÉGIA
Candidato contata Jorge Gerdau, amigo de FHC, e com Pérsio Arida, ex-BC
Ciro cerca empresários de peso e economistas liberais
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidenciável Ciro Gomes
(PPS) intensificou nos últimos
dias um movimento de aproximação com grandes empresários
e economistas renomados que
pertencem ao "mainstream" e
têm ou tiveram relação ou afinidade com o governo Fernando
Henrique Cardoso.
Mais do que visar a montagem
de uma eventual equipe ministerial, esses contatos buscam atrair
apoio político e credibilidade ao
projeto de poder do candidato.
Além do economista José Alexandre Scheinkman, incorporado
a sua coordenação de campanha,
a Folha apurou que Ciro já conversou com Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau e um dos líderes empresariais mais ligados a FHC, e com o economista Pérsio Arida, que presidiu o Banco Central nos primeiros anos do governo tucano e
foi um dos autores do Plano Real.
De acordo com o que a Folha
apurou, todos esses encontros
têm sido articulados pelo ex-governador do Ceará Tasso Jereissati, do PSDB.
Apesar de estar em partido rival, Tasso, que é candidato ao Senado, tem sido a grande ponte entre Ciro e o empresariado.
Outro que, ao lado de Tasso,
também tem trabalhado nessa
aproximação de Ciro com empresários e economistas é o investidor Carlos Alberto Sicupira, da
GP e sócio da cervejaria AmBev.
Foi Sicupira quem levou Scheinkman ao encontro de Ciro e Tasso,
na semana passada.
Jorge Gerdau Johannpeter lidera a Ação Empresarial, grupo
muito influente de empresários
com forte atuação nos bastidores
da política. Até bem pouco tempo, era considerado eleitor do
candidato José Serra, do PSDB.
Nas últimas semanas, Gerdau
tem feito vários elogios à candidatura de Ciro. Ele também tem sido
um dos empresários que mais
apóiam a candidatura do ex-governador Antônio Britto (PPS)
para o governo do Rio Grande do
Sul. Britto é do mesmo partido de
Ciro Gomes. Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Britto lidera a corrida para governador,
contra o petista Tarso Genro.
Procurado pela Folha, Gerdau
disse que não iria comentar nada
sobre o assunto. A Folha apurou,
no entanto, que Gerdau é um dos
empresários que têm contribuído
com recursos financeiros para a
campanha de Ciro.
Há pouco tempo, circulou no
comitê de campanha de José Serra
a versão de que Gerdau teria aderido à campanha de Ciro depois
de ter sido informado que a fusão
da CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) com a anglo-holandesa
Corus seria aprovada pelo governo. Gerdau nega essa versão.
O curioso é que outro empresário que também tem manifestado
apoio à candidatura de Ciro Gomes é Ricardo Steinbruch, do
Grupo Vicunha, e irmão de Benjamin, presidente da CSN.
Já no encontro de Ciro com Persio Arida, não foi definida a forma
pela qual o economista poderia
contribuir com a campanha. A
Folha apurou que o candidato
chegou a convidar Arida para
ocupar o Ministério da Fazenda
no primeiro ano de seu eventual
governo, numa dobradinha com
Scheinkman no Banco Central.
O economista não disse sim
nem não. Respondeu apenas que
poderia voltar a conversar com o
candidato, no caso de ele vencer
as eleições. A reportagem não
conseguiu localizar Persio Arida.
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