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PFL e PSDB ameaçam votar contra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os oposicionistas PFL e PSDB,
que salvaram o governo de uma
derrota na reforma da Previdência, ameaçam votar em bloco contra o relatório da reforma tributária apresentado anteontem pelo
deputado Virgílio Guimarães
(PT-MG). Pefelistas e tucanos
acreditam que terão apoios na
bancada governista.
Ontem, após reuniões de bancada, os dois partidos listaram, cada
um, uma série de reivindicações
como condição para votar a reforma. As listas têm em comum medidas que reduziriam a receita da
União -justamente o que o governo diz que não aceita negociar.
Os pefelistas decidiram adotar a
bandeira da revisão do pacto federativo, ou seja, da divisão de recursos e atribuições entre União,
Estados e municípios. Seus pleitos
contemplam a partilha da receita
da CPMF e mais dinheiro para o
fundo destinado a compensar os
Estados pelo fim do ICMS sobre
as exportações.
Diferentemente do que ocorreu
na reforma da Previdência, quando comandou a dissidência do
partido que votou com o governo,
a ala baiana do PFL lidera a oposição à proposta tributária.
A pauta do partido ganhou reforço do Confaz, que reúne os secretários estaduais da Fazenda.
Reunido ontem em Brasília, o
Confaz divulgou uma carta com
as exigências dos Estados -entre
elas, a repartição da CPMF. Diante das demandas que se acumulam na reforma, os governistas
tentam deixar as negociações para as votações em plenário.
Com o diagnóstico de que os
pleitos dos governadores já contam com defensores demais, os
tucanos adotaram outra linha
principal de ataque à reforma.
"Queremos uma reforma que faça
o que o governo promete: desonerar a produção e os investimentos", disse o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA).
Os tucanos elaboraram o documento "Pontos Mínimos para
Negociação na Reforma Tributária". "Sem isso, votaremos contra", disse Eduardo Paes (RJ).
O mais polêmico dos pontos
mínimos estabelece que a CPMF
possa ser descontada na contribuição patronal para a Previdência, uma forma de estimular as
contratações formais.
(GUSTAVO PATÚ)
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