|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PARTIDOS
Com a filiação de 12 deputados, sigla passa a ter 78 representantes na Câmara; outros 5 foram filiados ao PSC
Garotinho faz PMDB virar segunda bancada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Procurando moderar os ataques ao governo e sem descartar a
possibilidade de uma nova candidatura presidencial, o secretário
de Segurança do Rio, Anthony
Garotinho, tornou-se ontem o
mais novo integrante do PMDB.
A filiação transformou o partido
na segunda maior bancada da Câmara, com 78 deputados.
Na prática, serão 77 deputados,
pois um dos novos filiados, Luiz
Rogério Mainardes, está licenciado e ocupa uma das secretarias de
Estado do Rio. Garotinho filiou à
sigla a governadora do Rio, Rosinha Matheus, o vice-governador,
Luiz Paulo Conde, e 12 deputados
federais, dos quais 10 do PSB, sua
antiga legenda. O secretário de Segurança do Rio também filiou ao
PSC outros cinco deputados, que
não puderam ir para o PMDB por
questões regionais.
As duas siglas planejam formar
um só bloco, com 84 deputados
-o PSC tem uma cadeira. O PT,
dono da maior bancada, tem 93
deputados, mas três deles devem
ser expulsos.
Dos 17 deputados remanejados,
13 são do PSB, partido que tem
um ministério (Roberto Amaral,
de Ciência e Tecnologia), mas
perde força na coalizão governista
ao definhar para 16 deputados.
"Já sabíamos das consequências. A nossa estratégia é construir
um partido e não uma legenda
para entregar a aventura eleitoral
de quem quer que seja", disse o líder do PSB na Câmara, Eduardo
Campos (PE).
A compensação pode se dar
com a filiação do ministro Miro
Teixeira (Comunicações) e do
grupo estimado em oito deputados do PDT que o seguiriam.
Além do PSB, Garotinho atraiu
congressistas do PTB (2), do PFL
e do PP, o ex-PPB.
Garotinho e sua mulher Rosinha foram saudados como os
mais novos "generais" do PMDB.
Rosinha ainda disfarçou: disse
que entrava como "soldado" do
partido, mas Garotinho elogiou a
heterogeneidade da sigla, que lhe
deu carta branca para criticar o
governo federal. E classificou o
PSB como um partido "autoritário", do qual não teria saído
-"fui saído", disse.
O secretário atacou o sistema
partidário dizendo que trocava de
partido, mas não "trocava de lado", e fez um prognóstico: com a
reforma política, "vão sobrar
poucos partidos, só os muito estruturados como o PMDB".
Coadjuvante em uma festa na
qual o centro das atenções era Garotinho, Rosinha limitou-se a dizer que a filiação consolidava nacionalmente uma aliança que já
ocorria no Rio, a declarar-se "soldado" e, por fim, a dar uma rosa
vermelha para o presidente do
PMDB, Michel Temer (SP), que
ficou ruborizado.
Mais de 50 pessoas participaram da festa, que teve de ser transferida da acanhada acomodação
da presidência do PMDB para o
espaço cultural da Câmara. O empurra-empurra e o forte calor levaram Rosinha a passar mal por
causa de uma queda de pressão.
Até a véspera, o Planalto tentou
impedir a entrada de Garotinho
no PMDB, sem sucesso. Segundo
Temer, as filiações de ontem serviram para "estreitar" as relações
do partido com o governo.
Na véspera, os líderes Renan
Calheiros (AL) e Eunício Oliveira
(CE) estiveram com José Dirceu.
Saíram com a promessa da liberação, pelo menos, dos cargos de segundo escalão e de emendas ao
Orçamento prometidas e até agora não cumpridas.
Texto Anterior: Assistência: Benedita instala comissão com 19 evangélicos Próximo Texto: Caso CC-5: Grossi depõe e é chamada de "omissa" Índice
|