São Paulo, Sexta-feira, 20 de Agosto de 1999
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MST fará protesto na próxima quinta

do enviado especial

e da Agência Folha, em Belém

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promete fazer, no próximo dia 26, manifestações em frente a todos os tribunais de Justiça dos Estados protestando contra o resultado do julgamento que absolveu os comandantes da operação que resultou na morte de 19 sem-terra em Eldorado do Carajás.
Mas, depois dessa data, o movimento irá desmobilizar o grupo que foi a Belém acompanhar o julgamento dos envolvidos no massacre de abril de 1996. O julgamento deverá acabar somente no início de dezembro.
Cerca de mil sem-terra estão acampados em uma praça próxima ao auditório da Universidade da Amazônia, onde são realizadas as sessões do júri. O movimento chegou a prever o dobro de manifestantes, mas não conseguiu atingir a meta.

Invasões
De acordo com João Pedro Stedile, um dos líderes nacionais do movimento, o MST não pretende intensificar as invasões de terra por causa da decisão do júri de absolver o coronel Mário Colares Pantoja, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo Almendra Lameira.
"Estamos confiantes na anulação desse julgamento. Quem pensa que essa luta acabou está enganado", afirmou Stedile. Entidades ligadas à Igreja Católica divulgaram carta de protesto contra o resultado do julgamento.
O MST pedirá que entidades internacionais de direitos humanos enviem faxes para o Tribunal de Justiça do Pará protestando contra a absolvição dos réus.

Tumulto
Na madrugada de ontem, após a leitura da sentença, cerca de 300 sem-terra passaram a gritar: "Assassinos, assassinos". Depois ameaçaram invadir o auditório da Universidade da Amazônia, onde acontece o julgamento.
Quando manifestantes se aproximaram do cerco do Batalhão de Choque da Polícia Militar, houve tumulto. Os sem-terra passaram a atirar velas. A PM avançou, e três manifestantes foram presos.


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