São Paulo, Sexta-feira, 20 de Agosto de 1999
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Oposição critica o julgamento; tucanos defendem governador

Reuters
Parlamentares e integrantes do MST fazem protesto em frente ao Congresso contra o resultado


da Sucursal de Brasília

O resultado do julgamento dos acusados pelo massacre dos sem-terra em Eldorado do Carajás provocou indignação de deputados da oposição e silêncio de líderes governistas.
A oposição lamentou a falta de empenho do governo federal no caso e líderes governistas evitaram declarações.
"O governo ficou omisso. Lamento que o secretário de Direitos Humanos, José Gregori, e o ministro da Justiça, José Carlos Dias, não tenham ido lá (no julgamento)", afirmou o líder do PT na Câmara, José Genoino (SP).
"Foi uma decisão da Justiça. Não vou entrar na análise do resultado", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Aécio Neves (MG).
O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), resumiu: "Esperávamos outra decisão da Justiça".
O líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (PSDB-AM), defendeu o governador Almir Gabriel. "Quanto a ele (Gabriel), fizeram Justiça. Não sei quanto aos outros", afirmou Virgílio.
Segundo o líder, o massacre foi "uma barbárie à revelia do governo". "Cada vez que aparecem aquelas imagens é uma chicotada no coração da gente", completou Virgílio.
A comissão de Direitos Humanos da Câmara divulgou nota oficial condenando o resultado que "não corresponde às evidências factuais daquele trágico episódio".
"A ausência de punição dos agentes policiais autores de crimes contra pessoas pobres e contra movimentos sociais consagra a tradição brasileira de impunidade, responsável pela condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos e pela reiterada citação negativa do país nos relatórios de outras instituições internacionais", afirma a nota divulgada pela comissão.


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