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Dívidas vencidas
chegam a R$ 11 bi
da Sucursal de Brasília
O governo calcula em R$ 11 bilhões o valor dos empréstimos a
produtores rurais vencidos e não
pagos, o equivalente a 34% do valor total da dívida. Esses dados
constam de estudo que orientou o
comportamento do governo na
negociação com os ruralistas.
A taxa de inadimplência, que ultrapassa a terça parte do total do
endividamento, só contabiliza as
dívidas vencidas há mais de 90
dias e inclui créditos vencidos há
mais de seis meses e sem garantias suficientes às instituições financiadoras. O Banco do Brasil
concentra a maior parte.
Dos R$ 32 bilhões emprestados
aos produtores rurais, uma parcela de R$ 21 bilhões dos débitos estaria ""em situação de normalidade", segundo levantamento do
governo. Os ruralistas divulgam
um valor de R$ 23 bilhões para a
dívida que pretendem renegociar.
Essa última parcela é o principal
alvo das medidas anunciadas pelo
presidente Fernando Henrique
Cardoso em resposta à pressão
dos ruralistas para terem perdoados até 60% de suas dívidas.
Os mutuários em dia com suas
dívidas ganharão um desconto
entre 15% e 30%, dependendo do
valor do saldo devedor. O desconto maior vale para os produtores
com dívidas inferiores a R$ 10 mil.
Independentemente de estarem
em dia com os pagamentos, os
produtores tiveram as próximas
parcelas das dívidas já renegociadas (com vencimento em 1999 e
2000) transferidas para o final do
financiamento. Esse benefício será restrito a parte do pagamento
para os produtores com saldos
devedores acima de R$ 10 mil.
Ainda segundo levantamento
feito pelo governo, 90% dos contratos de financiamento foram renegociados em 1995.
Fábio Barbosa, secretário do Tesouro Nacional, disse ontem que
o custo da renegociação da dívida
agrícola proposta pelo governo
será de R$ 287 milhões em 1999.
No ano 2000, segundo Barbosa,
os custos para o Tesouro serão de
R$ 317 milhões e, em 2001, de cerca de R$ 500 milhões. "Os custos
da securitização (renegociação)
são expressivos, mas compatíveis
com os resultados fiscais que estamos esperando nesses períodos."
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