São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2000

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MINISTÉRIO PÚBLICO
Evento reúne até sábado 1.200 promotores e procuradores
Gregori abre congresso em S. Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Justiça, José Gregori, participa hoje em São Paulo da abertura do 1º Congresso Mundial do Ministério Público, que deve reunir, até o dia 23, 1.200 promotores e procuradores de Justiça de quase 50 países.
A cerimônia de abertura acontece às 19h no teatro Alfa Real, nos jardins do hotel Transamérica (marginal do Pinheiros). Segundo os organizadores do evento, as inscrições estão esgotadas.
José Juarez Staut Mustafá, presidente da Associação Paulista do Ministério Público, que organiza o congresso, será o primeiro a falar. Ele vai dar boas-vindas a mais de 200 pessoas que vieram ao Brasil exclusivamente para o evento.
A conferência inaugural será feita por Edilson Mougenot Bonfim, que é presidente-executivo do congresso.
Promotor de Justiça do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, Bonfim fará apresentação com o tema "O Ministério Público e a Criminalidade Contemporânea".
Ele vai defender, entre outras propostas polêmicas, o uso do detector de mentiras como prova válida no processo, em busca da "verdade real". Na prática, os réus poderiam solicitar o uso do detector de mentiras, hoje proibido, para provar que são inocentes.
Também falarão na abertura do congresso o ministro José Gregori, que representa o presidente Fernando Henrique Cardoso, e o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.
O mais famoso dos palestrantes é o juiz espanhol Baltasar Garzón, que pediu a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet à Justiça britânica em 1998. O pedido de extradição não foi aceito, mas abriu um importante precedente no direito internacional.
Garzón falará sobre a jurisdição internacional sobre a violação dos direitos humanos em governos ditatoriais, tese que desenvolveu para fazer o pedido.
Outro nome mundial é Giancarlo Caselli, que foi promotor de Palermo e procurador-chefe antimáfia da Itália. O grupo coordenado por ele prendeu grande parte da cúpula da máfia da Sicília.
Ontem, alguns dos palestrantes convidados chegaram ao Brasil. Entre eles, Juan Escalona Reguera, procurador-geral de Cuba, e Vucasin Jokanovic, procurador-geral da Iugoslávia.
Cerca de 150 homens da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foram mobilizados para fazer a segurança dos participantes do congresso.


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