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BRASIL PROFUNDO
Parlamentares criticaram prisão de Rainha; bancada petista na Câmara divulgou nota defendendo os sem-terra
Radicais do PT atacam Justiça em ato do MST
CRISTIANO MACHADO
FREE-LANCE DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE (SP)
O Judiciário foi o alvo das críticas dos parlamentares radicais do
PT em manifestações contra a prisão de líderes dos sem-terra, ontem em Presidente Prudente (SP),
no Pontal do Paranapanema.
Principais personagens do ato, a
senadora Heloísa Helena (AL) e
os deputados João Batista Araújo,
o Babá (PA), e Luciana Genro
(RS) atacaram a instituição.
Luciana Genro disse que há
"processo de criminalização"
contra o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
por "uma parte do Judiciário corrupta e sem-vergonha". Disse que
o juiz que decretou as prisões dos
líderes, Atis de Araújo Oliveira, da
comarca de Teodoro Sampaio,
"não tem moral para ser juiz".
O magistrado condenou a dois
anos e três meses de detenção José
Rainha Jr., sua mulher, Diolinda
Alves de Souza, e Felinto Procópio dos Santos, o Mineirinho, por
formação de quadrilha. Babá acusou o magistrado de ser "comprometido com o grande latifúndio".
Heloísa Helena disse considerar
"desastrosas" as atitudes do juiz.
As declarações foram feitas
num ato público realizado em
frente à catedral de Presidente
Prudente. As manifestações tiveram início com uma marcha de
9,3 km, da qual os parlamentares
não participaram. Durante a marcha, eles estiveram na cadeia de
Piquerobi, visitando Diolinda, e
na penitenciária de Dracena, onde estão Rainha e Mineirinho.
Vestidas de branco e exibindo
rosas vermelhas, cerca de 700
acampadas e assentadas da região, segundo a PM, pediam a liberdade dos líderes detidos. No
percurso, as sem-terra passaram
no fórum local, onde entregaram
um manifesto ao Judiciário.
A ministra Emília Fernandes,
secretária de Política para Mulheres do governo Lula, esteve no ato
e falou sobre reforma agrária:
"Todos nós temos consciência da
herança que recebemos e precisamos de tempo para que tudo seja
feito de forma adequada. Não vamos brincar de reforma agrária".
Nota
A bancada de deputados federais do PT divulgou ontem uma
nota em que "manifesta inteira
solidariedade" ao MST.
Assinada pelo líder da bancada,
Nelson Pellegrino (BA), a nota
aponta "setores do Judiciário em
estreita ligação com as áreas mais
atrasadas do meio rural" e, mais
diretamente, o juiz de Teodoro
Sampaio como responsável "pelo
agravamento das tensões no Pontal". O texto prega uma solução
pacífica para a reforma agrária.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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