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São Paulo, sábado, 20 de setembro de 2003

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Sem-terra acampam no Incra em Pernambuco

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), que invadiram anteontem a superintendência do Incra em Recife e mantiveram cerca de 30 servidores como reféns por quatro horas, decidiram ontem permanecer acampados no local.
Eles ergueram barracas de lona plástica no pátio e no estacionamento da superintendência e afirmaram que poderão voltar a pressionar na próxima semana.
Cerca de 100 dos 150 invasores retornaram aos acampamentos na zona rural para "reunir forças". A nova manifestação deverá ocorrer terça-feira.
O grupo reivindica do Incra a vistoria de imóveis, a imissão de posse de várias áreas no Estado, a liberação de créditos e cestas básicas, além da contratação de cinco equipes de assistência técnica para atuar apenas nas glebas controladas pelo movimento.
Foi um suposto impasse na negociação dessa pauta que levou os sem-terra a trancar os portões do Incra e impedir a entrada e saída de funcionários, anteontem.
Os servidores, incluindo o superintendente do órgão, João Farias de Paula Júnior, só foram libertados pelos lavradores às 22h. A polícia não foi acionada. Não houve feridos nem depredações.

"Piquete pacífico"
Em comunicado à imprensa divulgado no final da tarde de ontem, o MTL classificou a ação como um "piquete pacífico". O objetivo do ato, informou, foi "protestar veementemente" contra o superintendente.
Segundo o movimento, Paula Júnior adotou atitude "arrogante, desrespeitosa e discricionária" em relação ao MTL. O superintendente rebateu as acusações e disse que os sem-terra "estão provocando e querem aparecer".
"Tudo o que foi apresentado na reunião nós nos dispusemos a atender", declarou. "Mas parece que eles querem provocar para sair como vítimas", afirmou. "Se eles querem conflito, nós não temos interesse nisso."
Paula Júnior disse que, se houver nova reunião, exigirá que ela seja aberta. "Vamos conversar no pátio, na frente de todos para que vejam o que acontece."


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