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Sem-terra acampam no Incra em Pernambuco
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Os trabalhadores rurais sem-terra ligados ao MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade),
que invadiram anteontem a superintendência do Incra em Recife e
mantiveram cerca de 30 servidores como reféns por quatro horas,
decidiram ontem permanecer
acampados no local.
Eles ergueram barracas de lona
plástica no pátio e no estacionamento da superintendência e afirmaram que poderão voltar a pressionar na próxima semana.
Cerca de 100 dos 150 invasores
retornaram aos acampamentos
na zona rural para "reunir forças". A nova manifestação deverá
ocorrer terça-feira.
O grupo reivindica do Incra a
vistoria de imóveis, a imissão de
posse de várias áreas no Estado, a
liberação de créditos e cestas básicas, além da contratação de cinco
equipes de assistência técnica para atuar apenas nas glebas controladas pelo movimento.
Foi um suposto impasse na negociação dessa pauta que levou os
sem-terra a trancar os portões do
Incra e impedir a entrada e saída
de funcionários, anteontem.
Os servidores, incluindo o superintendente do órgão, João Farias
de Paula Júnior, só foram libertados pelos lavradores às 22h. A polícia não foi acionada. Não houve
feridos nem depredações.
"Piquete pacífico"
Em comunicado à imprensa divulgado no final da tarde de ontem, o MTL classificou a ação como um "piquete pacífico". O objetivo do ato, informou, foi "protestar veementemente" contra o
superintendente.
Segundo o movimento, Paula
Júnior adotou atitude "arrogante,
desrespeitosa e discricionária"
em relação ao MTL. O superintendente rebateu as acusações e
disse que os sem-terra "estão provocando e querem aparecer".
"Tudo o que foi apresentado na
reunião nós nos dispusemos a
atender", declarou. "Mas parece
que eles querem provocar para
sair como vítimas", afirmou. "Se
eles querem conflito, nós não temos interesse nisso."
Paula Júnior disse que, se houver nova reunião, exigirá que ela
seja aberta. "Vamos conversar no
pátio, na frente de todos para que
vejam o que acontece."
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