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500 protestam contra demarcação
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Polícia Militar de Novo Progresso (no sudoeste do Pará) pediu ontem reforço de mais 30 policiais para tentar impedir um
conflito armado entre índios caiapós e a população, que é contra a
demarcação da reserva Baú-Mecranotire de 1,850 milhão de hectares, onde vivem 120 índios.
Com 30 policiais, a PM da cidade não conseguiu desmobilizar as
500 pessoas que bloqueiam desde
terça a rodovia BR-163 (Santarém-Cuiabá) em protesto contra
a demarcação da reserva.
Uma fila de 5 km de caminhões
e veículos está formada na rodovia esperando uma solução para o
impasse. O comércio e os bancos
não funcionaram. "Não é impossível um conflito, mas vamos tentar impedir", disse por telefone o
sargento Moura Silva, da PM.
A Polícia Federal está com 25
agentes na cidade, mas acompanha à distância o conflito.
A PF é responsável pela segurança do grupo de trabalho de demarcação da Funai (Fundação
Nacional do Índio). O grupo está
há 30 dias em Novo Progresso.
Ontem, o clima ficou mais acirrado com a notícia de que uma
comissão de índios caiapós chegaria para discutir um possível
acordo, que pudesse finalizar o
bloqueio na rodovia. Até o fechamento desta edição, os índios ainda eram aguardados.
Os manifestantes querem que
os caiapós deixem de fora da demarcação uma área de 400 mil
hectares, onde vivem 3.500 famílias de fazendeiros e madeireiros.
E reconheçam como limite da reserva o rio Curuá.
Um acordo entre as partes começou a ser negociado anteontem, num território neutro, a 550
km de Novo Progresso, em Colíder (MT), tendo como mediador
Megaron Txucarramãe, administrador regional da Funai.
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