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Antes de depor na CPI, doleiro recua e afirma que não operou para o PT
DA REDAÇÃO
O doleiro Antonio Claramunt,
o Toninho da Barcelona, recuou
sobre as acusações de que havia
realizado operações ilegais com
dólares para o exterior a pedido
do PT. "Eu nunca participei absolutamente, diretamente, de caixa
dois do PT, do PSDB ou de qualquer outro partido. Eu não tenho
clientes políticos", disse Toninho
em entrevista ontem ao "Jornal
do Terra", na internet.
À integrantes da CPI dos Correios, em 16 agosto, o doleiro afirmou que sabia de remessas ilegais
feitas pelo ministro da Justiça,
Márcio Thomaz Bastos, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e pelo ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu. "Fiz algumas operações para políticos
do PT entre 2002 e 2003", afirmou
o doleiro no mês passado.
Toninho não havia apresentado
provas. As três autoridades citadas negam qualquer envolvimento no esquema.
Na entrevista ao site Terra, o doleiro disse não conhecer Meirelles
e que o presidente do BC "merece
todo o respeito".
O doleiro disse ainda na entrevista conhecer o perfil dos seus
"cinco mil clientes". "Não são políticos. Nas minhas contas nunca
passou um centavo de crédito de
dinheiro público. Eu sempre procurei ter como clientes pessoas físicas ou jurídicas sabendo da capacidade financeira deles."
Ainda na entrevista, Toninho
disse que é um "preso político".
Depoimento hoje
Com a segurança reforçada no
Senado, a CPI dos Bingos, ao lado
de membros das CPIs dos Correios e do Mensalão, toma hoje o
depoimento de Toninho da Barcelona. Ele está preso sob acusação de lavagem de dinheiro.
"Temos a informação de que ele
quer falar mais", afirmou ontem o
senador Efraim Morais (PFL-PB),
presidente da CPI dos Bingos,
sem dar mais detalhes. "Vamos
ver primeiro os questionamentos
[durante a sessão]", disse.
Diferentemente do que ocorreu
no depoimento informal à CPI
dos Correios em agosto no prédio
do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) em
São Paulo, Barcelona será ouvido
com autorização do juiz corregedor do Departamento de Execuções Criminais, Pedro Paulo Ferronato.
Ao aceitar o pedido da CPI dos
Bingos, o juiz determinou que
Barcelona fosse escoltado.
O vôo sairá de Curitiba às 7h20
rumo à Brasília, com previsão de
chegada às 9h20. Durante o trajeto no avião da Polícia Federal, Toninho estará algemado e escoltado por três agentes, dois da PF e
um do Senado.
Ferronato afirmou que autorizou ainda, após a CPI, o depoimento de Barcelona na Justiça Federal em Curitiba, no processo
em que é investigado o envio ilegal de dinheiro por meio das contas CC-5 do Banestado, o Banco
do Estado do Paraná.
Toninho será o primeiro depoente a ser ouvido em sessão das
três CPIs correntes no Congresso.
O retorno do doleiro para Curitiba, onde está preso e à disposição do Ministério Público Federal, deve acontecer assim que o
depoimento dele acabar. Mas se o
depoimento acabar de madrugada, Toninho irá pernoitar em Brasília, na sede da Polícia Federal.
Não há previsão do retorno de
Toninho para a penitenciária de
Avaré (SP), onde estava preso anteriormente. Ele foi condenado a
25 anos de prisão.
Eric Vidigal, um dos advogados
de Toninho, disse esperar conseguir conversar com seu cliente antes do início do depoimento.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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