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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
Lula criou política do "mensalama", diz tucano
Em campanha no Rio, tucano vê "com cuidado" atuação da Polícia Federal no caso do dossiê
Presidenciável tucano diz
que escândalo do governo
petista é como "um balaio
de caranguejos': "Você puxa
um e vem o time inteiro"
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em campanha no Rio, o candidato tucano à Presidência,
Geraldo Alckmin, acusou ontem o governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
de ter criado o que chamou de
"mensalama". Alckmin comparou o governo a "um balaio de
caranguejos".
"A política agora é o "mensalama". Parece um balaio de caranguejos. Você puxa um e vem
o time inteiro", disse. O presidenciável diz achar "muito triste que o Brasil tenha um presidente que não sabe de nada,
não ouve nada e tem assessor ligado ao crime".
Em entrevista ao apresentador Roberto Canázio, da Rádio
Tupi AM, o ex-governador do
Estado de São Paulo atacou Lula: ""Governo que é Jader Barbalho [deputado federal pelo
PMDB-PA] e Ney Suassuna
[senador pelo PMDB-PB] não
pode dar certo. Está cercado de
um submundo da política terrível", declarou.
Depois, Alckmin percorreu
os municípios de São João de
Meriti, Nova Iguaçu e Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense
(região metropolitana). Ele
afirmou que o dinheiro apreendido para a compra do dossiê é
roubado e que a quantia pode
ter como origem "o crime organizado". Disse que nos dois governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002) "pode ter havido
corrupção". "Nenhum governo
está isento disso, mas nunca
houve antes uma corrupção
sistêmica [como agora]", disse.
Sobre a investigação do caso
pela Polícia Federal, Alckmin
disse que é preciso "ter cuidado". "A PF tem ótima qualidade. Agora, com o governo a gente precisa ter cuidado. É um governo autoritário. Aliás, todo
governo que tem corrupção é
autoritário porque tem que esconder o corruptor. Então, é
muito importante que o Judiciário e o TSE acompanhem esse processo", disse.
Mentor
A cúpula tucana e o comando
da campanha de Alckmin vinculam a compra do dossiê dos
Vedoin a um plano articulado
pelo ex-ministro da Casa Civil
José Dirceu com a anuência do
presidente Lula.
Por meio de sua assessoria,
Dirceu disse considerar a suspeita "absurda". Disse que "é
público e notório" que está "totalmente afastado" da política,
"cuidando da vida", e não participa da campanha eleitoral.
O dilema de PSDB e PFL era
como expor para a população,
de forma clara, o que consideram uma certeza. Esse argumento chegou a ser citado por
Alckmin em um dos muitos telefonemas que trocou ontem
no Rio. O candidato sustentava
concordar com a necessidade
de dar declarações duras contra
Lula e o PT nas entrevistas, mas
não via ainda como relacionar
Dirceu mais diretamente.
Alckmin decidiu esperar os
desdobramentos do dia antes
de vir a público falar sobre o suposto envolvimento do ex-ministro da Casa Civil.
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