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TRANSIÇÃO
Decidir sobre reajuste de preços de remédios é uma das tarefas que motivam presidente a não querer adiar a posse de petista
Lula terá de resolver "pendências" de FHC
MARTA SALOMON
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Encontram-se na lista de tarefas
do governo para os primeiros dias
de janeiro os motivos mais fortes
para o presidente Fernando Henrique Cardoso insistir em passar a
faixa a Luiz Inácio Lula da Silva
em 1º de janeiro.
Logo no primeiro dia útil do
ano, caberá ao governo definir
nova política de reajuste dos preços dos remédios e fixar limites de
gastos para a administração.
São tarefas indicadas para o dia
2 de janeiro na chamada Agenda
Cem, que reúne providências a
serem tomadas pelo governo nos
primeiros cem dias do ano. Até o
dia 6, data alternativa da posse
discutida em projeto de emenda
constitucional, há mais de 40 itens
a serem cumpridos.
Certas tarefas são inadiáveis, como a edição do decreto de programação orçamentária e financeira.
A lei do Orçamento a ser aprovada pelo Congresso só autoriza o
governo a fazer certos gastos. Cabe ao Executivo dizer quanto cada
ministério poderá dispor.
Do ponto de vista do consumidor, a pendência mais importante
deixada por FHC é a definição de
uma nova política de reajuste de
preços dos medicamentos. O controle de preços expira no fim deste
ano. A partir do início de janeiro,
os preços voltam a estar teoricamente liberados.
A Agenda Cem sugere a edição
de uma nova medida provisória,
o mesmo instrumento que instituiu o controle de preços em dezembro de 2000. Desde então, o
governo autorizou quatro reajustes, o último deles no dia 11, de
8,63%, em média, contra os 18%
reivindicados pela indústria. Esse
reajuste foi caracterizado como
um "adiantamento".
No mesmo dia 2, uma quinta-feira, a equipe econômica terá de
lidar com o primeiro leilão de títulos da dívida pública e cumprir
a verificação de parâmetros do
acordo com o FMI. Na segunda-feira seguinte, dia 6, a Receita Federal terá de liberar aos contribuintes o programa do Imposto
de Renda da Pessoa Física.
No ano passado, FHC chegou a
estimular as negociações no Congresso para adiar em cinco dias a
data da posse, constitucionalmente definida no dia 1º.
Nos últimos dias, o presidente
classificou a mudança de "violência constitucional". A AGU (Advocacia Geral da União) ameaçou
recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o adiamento.
O recado foi entendido pelo
Congresso, que praticamente sepultou a emenda constitucional.
O último ato da novela da posse
foi um encontro ontem do presidente do Senado, Ramez Tebet
(PMDB-MT), com FHC. No encontro, FHC repetiu que gostaria
de encerrar seu segundo mandato
em 31 de dezembro. Os convites já
podem começar a ser impressos
com a data do dia 1º.
Colaborou RAQUEL ULHÔA, da Sucursal
de Brasília
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