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JUSTIÇA
LRF perderia parte de seus efeitos
STF pode ampliar hoje proteção a autoridades
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) deverão decidir ainda hoje se ampliam ou
não a proteção das autoridades
públicas contra processos judiciais na primeira instância, na
qual os riscos de condenação são
considerados maiores.
Está em jogo a extensão do chamado foro privilegiado para as
autoridades públicas para as
ações de improbidade administrativa. O foro já existe hoje para
ações penais e processos por crime de responsabilidade.
O plenário do STF apreciará
uma tese jurídica elaborada pelo
governo federal. Se ela for aceita,
inúmeras ações contra autoridades serão transferidas da primeira
instância para um tribunal ou para o Congresso Nacional.
Dois ministros -Nelson Jobim
e Gilmar Mendes- já têm posição conhecida a favor da ampliação do foro privilegiado. Eles são
autores de liminares sustando
ações contra ministros de Estado
na Justiça Federal em Brasília.
Jatinho
Jobim sustou o processo e a
condenação do ministro Ronaldo
Sardenberg (Ciência e Tecnologia), acusado de usar jato da FAB
(Força Aérea Brasileira) para turismo. A liminar de Gilmar Mendes beneficiou o ministro Pedro
Malan (Fazenda) em ação que
apura medida econômica sobre
intervenção em três bancos.
Existe a possibilidade de a
maioria dos ministros acolher a
tese governista. Procuradores da
República e promotores públicos
temem esse resultado e entregaram memoriais aos ministros
com argumentos contrários.
Eles afirmam que a sociedade
perderá um importante instrumento de combate à corrupção,
hoje muito utilizado pelo Ministério Público, tanto na esfera federal
quanto na dos Estados.
Se o foro for ampliado, a Lei de
Responsabilidade Fiscal perderia
parcialmente os seus efeitos.
O STF irá julgar o mérito da reclamação movida pela União em
nome de Ronaldo Sardenberg. Se
a tese for acolhida, será estendida
aos outros casos.
Outros ministros
Além de Sardenberg, outros
quatro ministros e o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, são acusados de usar avião
da FAB para passeio e têm reclamação no Supremo Tribunal Federal para suspender o processo.
Os recursos foram movidos por
eles mesmos ou pela Advocacia
Geral da União.
Se o ato de improbidade for
equiparado ao crime de responsabilidade, ministros serão julgados
pelo Supremo Tribunal Federal; o
presidente da República, o procurador-geral e senadores, pelo Senado; deputados, pela Câmara; e
governadores, pelo Superior Tribunal de Justiça.
Paralelamente a esse embate, há
uma articulação política para o
Congresso aprovar emenda constitucional permitindo que as autoridades permaneçam com o foro privilegiado após a perda do
cargo, possibilidade extinta pelo
Supremo em 1999. Essa medida
interessa ao presidente Fernando
Henrique Cardoso.
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