|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREVIDÊNCIA
Única mudança na proposta da Câmara foi a supressão do dispositivo que regulamenta o subteto de Estados e municípios
CCJ rejeita emendas e mantém texto intacto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Foi encerrada ontem a tramitação da reforma da Previdência na
CCJ (Comissão de Constituição e
Justiça), que, agora, vai à votação
em plenário, provavelmente no
dia 25. O governo venceu a primeira etapa: rejeitou todas as
emendas apresentadas e manteve
intacto o texto aprovado na Câmara. Mas a oposição acha que,
no plenário, pode obter vitórias.
A única modificação aceita pelo
governo no texto original foi para
atender a uma reivindicação do
PMDB: a supressão do dispositivo
que regulamenta o subteto salarial dos Estados e municípios. Os
governadores peemedebistas do
Rio Grande do Sul e de Santa Catarina não aceitam que seus salários sirvam como teto salarial aos
servidores do Executivo.
Pelo acordo -não aceito pela
oposição-, o subteto será regulamentado na emenda constitucional que tramita paralelamente, alterando a reforma sem mexer no
texto original. É a chamada "PEC
paralela", que está na CCJ.
Nessa proposta, a regra do subteto, por enquanto, é esta: o salário do governador é o teto, mas o
chefe do Executivo estadual pode
enviar projeto de lei à respectiva
Assembléia Legislativa fixando
outro subteto, que poderá chegar
até o salário de desembargador.
Na busca para obter unidade na
base governista, o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP),
fez nova negociação com o senador Paulo Paim (PT-RS), que divulgou nota afirmando que Mercadante aceitou atender a parte de
suas reivindicações, por medida
provisória -estabelecimento da
paridade da aposentadoria com o
salário da ativa para os atuais servidores, quando se aposentarem.
Votos
Para aprovar uma emenda
constitucional, são necessários 49
votos a favor. O bloco do governo
tem 23 senadores (14 do PT, 3 do
PSB, 3 do PTB e 3 do PL). A senadora Heloísa Helena (PT-AL), já
afastada da bancada, vota contra.
O governo conta com os votos
de 19 dos 22 senadores do PMDB.
Segundo o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), o governo
conta hoje com 46 votos e um potencial máximo de 54. A oposição
(PFL, PSDB, PDT e dissidentes)
tem, segundo ele, 27 votos, que
podem chegar a 36. "Quando começou a tramitação, nós éramos 7
a 4 a favor da reforma, ressalvados
os destaques. Agora, depois de
muito desencontro, empurra-empurra e palavra não cumprida,
o quadro se inverteu: somos 7 a 4
contra a reforma, ressalvados os
destaques. Mais uma frase rude e
a coisa piora", disse o tucano.
A estratégia da oposição é apresentar requerimento para que cada emenda seja votada separadamente e pedir o máximo possível
de votações nominais desses requerimentos.
Mercadante não quis revelar
quais os seus cálculos de voto.
"Tenho absoluta segurança de
que nós aprovaremos a reforma
previdenciária em plenário. E
aprovaremos assegurando a integralidade do que foi aprovado na
Câmara, dentro do acordo que fizemos com todos os governadores."
(RAQUEL ULHÔA)
Texto Anterior: No ar: Selvagem Próximo Texto: Aécio diz que emenda agrada aos "marajás" Índice
|