|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parte das perguntas fica sem resposta
da Sucursal de Brasília
Apesar de o depoimento do ministro Luiz Carlos Mendonça de
Barros ter durado quase cinco horas, ele ainda deixou perguntas
sem resposta.
Uma delas: qual seria o interesse
dos supostos chantagistas na privatização da Tele Norte Leste?
O ministro evitou citar nominalmente os autores do grampo, embora repetisse ter certeza de quem
se trata. "Tenho as minhas convicções, que serão dadas em inquérito
policial", disse.
Ele foi econômico também ao falar das "traições" ocorridas durante os preparativos do leilão de privatização do sistema Telebrás.
Uma delas seria a "informação"
de que empresa Telefónica de España não participaria do leilão da
Telesp, o que acabou acontecendo
e frustrando o desenho de privatização traçado pelo ministro.
Permanece nebulosa a relação do
ministro com a Telecom Italia. Por
que o ministro insistiu em trazer
os italianos para o negócio é outra
questão que não foi esclarecida no
depoimento. Essa pergunta não
chegou a ser feita pelos senadores.
Recentemente, Mendonça de
Barros esteve na Itália negociando
com a empresa a compra dos 25%
da Telemar em poder do BNDES.
Ele informou que soubera por representantes da empresa italiana
que o lance do consórcio era R$ 1
bilhão superior ao arrecadado
com a venda da Tele Norte Leste.
Mendonça também não respondeu à pergunta feita pelo senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), que
queria saber as razões pelas quais o
ministro chamara de "babacas" o
colega Pedro Malan (Fazenda) e
seu secretário-executivo, Pedro
Parente.
Suplicy insinuou que o xingamento se deveria a eventuais restrições de Malan e Parente à influência do ministro das Comunicações no processo de privatização
da Telebrás.
Ele tampouco explicou por que,
em conversa gravada com seu irmão e titular da Câmara de Comércio Exterior, José Roberto
Mendonça de Barros, teria chamado de "borocoxôs" os consórcios
formados no BNDES, nem por que
teria dito: "O negócio da privatização está na nossa mão".
E mais: "O Pio (Borges, vice-presidente do BNDES) levanta e depois dá rasteira."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|