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Cresce dúvida sobre "bomba atômica"
da Sucursal de Brasília
O depoimento do ministro Luiz
Carlos Mendonça de Barros (Comunicações) aumentou o mistério
em torno da expressão "usar a
bomba atômica", capturada pelo
grampo telefônico no BNDES. O
ministro acabou entrando em contradição com o presidente do
BNDES, André Lara Resende.
Segundo Mendonça, a expressão
significava informar Pérsio Arida
(do banco Opportunity) que o
consórcio Telemar estava com dificuldades para obter recursos suficientes para cobrir o lance mínimo da Tele Norte Leste (R$ 3,4 bilhões).
O consórcio formado pelo Opportunity, pela Telecom Italia e pela Previ entrou no leilão da Telebrás para disputar a Tele Norte
Leste com o consórcio Telemar.
A versão de Mendonça de Barros
diverge da explicação dada por
André Lara Resende.
Em uma entrevista ao jornal "O
Globo", Resende se limitou a dizer
que a expressão significava "informar o presidente" FHC -ele não
disse sobre qual assunto. "Não
quero mais comentar", disse.
No seu depoimento, o ministro
disse que ele e Lara Resende tinham "uma informação privilegiada". Eles sabiam, por meio do
Banco do Brasil, que o Telemar
"não estava conseguindo sequer os
recursos para o lance mínimo".
"Se eu e André fôssemos sócios
do sr. Pérsio Arida, se fôssemos levianos e corruptos, teríamos passado (a informação) para ele. E ele
não teria dado um lance R$ 1 bilhão acima do preço mínimo. Essa
seria a bomba atômica."
Para aumentar o mistério, as versões de Mendonça de Barros e de
Lara Resende são diferentes da explicação dada pelo deputado eleito
Aloizio Mercadante (PT-SP), que
declarou ter ouvido um relato das
conversas grampeadas.
Para ele, "usar a bomba atômica"
significaria que o ministro e o presidente do BNDES acionaram FHC
para fazer com que a Previ saísse
do consórcio Telemar e acertasse
sua participação no consórcio Opportunity/Telecom Italia.
O ministro insistiu, no seu depoimento, que ele e Lara Resende não
passaram a "informação privilegiada" sobre o consórcio Telemar
ao banco Opportunity.
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