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SECRETARIA GERAL
Dulci tem fama de "construir consensos"
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário-geral do PT, Luiz
Dulci, 46, é tão "diplomata" que
os mais próximos dizem, em tom
de brincadeira, que essa característica extrapolou até para o futebol -ele é torcedor do América-MG (2ª divisão do Brasileiro).
"É um jeito de ele não ficar mal
com as [grandes] torcidas do
Atlético e do Cruzeiro", diz Ricardo Azevedo, diretor-tesoureiro da
Fundação Perseu Abramo, órgão
de estudos políticos do PT, presidido por Dulci.
Divergências internas? Dulci,
que foi membro da primeira Executiva Nacional do PT, em 1980, é
escalado para acalmar os ânimos.
Ou, no linguajar petista, para
"construir consenso".
Em 1995, durante a sucessão de
Luiz Inácio Lula da Silva na presidência do PT, Dulci (que, assim
como o presidente eleito, sempre
fez parte da Articulação, o "centrão" do partido) foi cotado para
substituí-lo por ter menos atritos
do que José Dirceu com as outras
correntes. Dirceu se elegeu, e Dulci virou o vice-presidente nacional, iniciando uma dobradinha afinada com Dirceu.
Mais recentemente tornou-se o secretário-geral do partido e ambos foram guindados à condição de negociadores políticos do PT.
Dulci foi secretário de Governo do ex-prefeito de Belo Horizonte
Patrus Ananias (1993-96). Convocado para negociar com os 37 vereadores de BH (só seis eram petistas) a aprovação de um Plano
Diretor, Dulci conseguiu 25 votos
-um a mais do que o necessário.
Ainda professor da rede pública
de Minas, Dulci comandou em
1979 uma greve que durou 40
dias, mobilizou 200 mil trabalhadores da educação e se espalhou
por 400 cidades.
"Não fujo de disputa e de polêmica. Se fosse assim, não teria liderado greve, que é uma forma de
conflito", diz Dulci, ressaltando
que sua capacidade de conciliar
não é sinônimo de "colocar panos
quentes" no problema.
Mineiro de Santos Dumont,
Dulci foi casado com a antropóloga Márcia Maria de Rezende, com
que tem uma filha, Tereza, 20, que
estuda história na USP.
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