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Em 15 dias, governo libera R$ 739 mi a emendas de parlamentares
Valor equivale a 21% do total de verbas previsto para o ano inteiro; Pernambuco foi o Estado mais beneficiado, seguido por Rio Grande do Sul e Maranhão
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nos 15 dias em que enfrentou
suas principais batalhas no
Congresso, o governo Lula destinou para as emendas de parlamentares ao Orçamento 21%
do total de verbas que havia reservado em todo o ano.
Foi o maior fluxo dos chamados "empenhos" (compromissos de gasto) em emendas no
Congresso: R$ 739,4 milhões. O
valor é superior ao total destinado em todo o mês de novembro -R$ 644,8 milhões. No ano
inteiro, foram R$ 3,5 bilhões.
Segundo dados do Siafi coletados pela assessoria de Orçamento do DEM, a maior fatia
refere-se às chamadas emendas de bancada (R$ 537,1 milhões). Essa modalidade de
emenda é usada pelos parlamentares para atender a pedidos dos governadores.
Em dezembro, a bancada
campeã em liberação de recursos foi a de Pernambuco, com
R$ 87,6 milhões, valor que
equivale a quase tudo o que foi
destinado no ano (R$ 89,7 milhões). Aliado do Planalto, o governador pernambucano
Eduardo Campos (PSB) capitaneou as negociações da CPMF.
Pernambuco também conseguiu outros R$ 66 milhões, esses efetivamente pagos, desembolsados sob a rubrica de restos
a pagar de anos anteriores. O
Rio Grande do Sul, da governadora Yeda Crusius (PSDB), obteve R$ 49,3 milhões em restos
a pagar. A bancada gaúcha votou com o governo no Senado.
A seguir aparecem as bancadas de Maranhão (R$ 69 milhões), Goiás (R$ 64,8 milhões),
São Paulo (R$ 41,7 milhões) e
Roraima (R$ 38,5 milhões).
Na análise das emendas individuais, aparece a liberação de
R$ 1,5 milhão em nome de José
Roberto Arruda (DEM), hoje
governador do Distrito Federal. Na véspera de votar a
CPMF, o presidente Lula pediu
pessoalmente ajuda a Arruda.
O senador Gilberto Mesquita
(PMDB-AC), que chegou a denunciar que estava sendo assediado para votar a CPMF em
troca de emendas, obteve R$
1,2 milhão em restos a pagar.
Os principais aliados beneficiados individualmente em
emendas neste mês foram Almeida Lima (PMDB-SE), com
R$ 3,3 milhões; Delcídio Amaral (PT-MS), com R$ 1,2 milhão; e Tião Viana (PT-AC),
também com R$ 1,2 milhão.
A Secretaria de Relações Institucionais afirmou que o empenho de emendas segue a média histórica dos últimos anos.
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