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Senador diz que governo estuda ajuste escalonado
da Sucursal de Brasília
Uma nova alternativa foi colocada à mesa de negociações no
debate sobre o reajuste do salário
mínimo. O presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que o governo estuda a concessão de um reajuste escalonado: um aumento
para cerca de R$ 160 em maio e
uma compensação mais adiante,
quando o mínimo poderia alcançar os R$ 180 que o PFL defende.
ACM citou a proposta logo depois de voltar da Bahia, onde
manteve dois encontros com o
ministro Pedro Malan (Fazenda).
Ele disse que o governo poderá
anunciar ainda nesta semana o
novo valor do mínimo, que vigorará a partir de 1º de maio.
Antes de uma nova reunião
com o presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem à noite, integrantes da equipe econômica
insistiam num reajuste pequeno.
A caminho da reunião, o ministro do Planejamento, Martus Tavares, disse que ainda não foram
encontradas fontes de receitas
adicionais para aumentos maiores que 5,66%. Esse índice elevaria
o mínimo para R$ 143,70.
Segundo a Folha apurou, FHC
ainda não havia se decidido, mas
se inclinava a adotar um valor intermediário entre os R$ 150 pregados pela equipe econômica e os
R$ 160 defendidos pelo PSDB.
ACM, no entanto, insistia nos
R$ 180: ""Eu estou com muita esperança de que o governo encontre um caminho para o salário mínimo em torno de R$ 180, sem
que isso afete demais o déficit público. Eu tenho tido conversas
com figuras do governo e se procura um meio de chegar a isso".
Sem detalhar a nova alternativa
em negociação, ACM indicou a
senadores com quem conversou a
possibilidade de um reajuste em
duas etapas. "Está em gestação
uma proposta que, acredito, vá
satisfazer a gregos e troianos.
Qualquer proposta só é boa se
chegar aos R$ 180", disse.
Em conversa com colegas, o
presidente do Senado voltou a defender a desvinculação das aposentadorias e pensões do mínimo
como forma de reduzir o impacto
do reajuste sobre a Previdência.
Essa proposta foi descartada pelo governo no final do ano passado por causa das resistências políticas. Ela significaria achatar o valor das aposentadorias.
Os ministros da área econômica
pretendiam continuar apontando
dificuldades para a concessão de
um reajuste maior. Hoje é a vez do
ministro Francisco Dornelles
(Trabalho). Amanhã, a de Pedro
Malan (Fazenda). Por último, irá
à Câmara Waldeck Ornélas.
Depois que ACM passou a defender um mínimo equivalente a
US$ 100, Ornélas, seu afilhado político, chegou a afirmar que o déficit da Previdência já estava estabilizado e que ela "não poderia ser
considerada a vilã do mínimo".
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