São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2000


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Senador diz que governo estuda ajuste escalonado

da Sucursal de Brasília

Uma nova alternativa foi colocada à mesa de negociações no debate sobre o reajuste do salário mínimo. O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou ontem que o governo estuda a concessão de um reajuste escalonado: um aumento para cerca de R$ 160 em maio e uma compensação mais adiante, quando o mínimo poderia alcançar os R$ 180 que o PFL defende.
ACM citou a proposta logo depois de voltar da Bahia, onde manteve dois encontros com o ministro Pedro Malan (Fazenda). Ele disse que o governo poderá anunciar ainda nesta semana o novo valor do mínimo, que vigorará a partir de 1º de maio.
Antes de uma nova reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem à noite, integrantes da equipe econômica insistiam num reajuste pequeno.
A caminho da reunião, o ministro do Planejamento, Martus Tavares, disse que ainda não foram encontradas fontes de receitas adicionais para aumentos maiores que 5,66%. Esse índice elevaria o mínimo para R$ 143,70.
Segundo a Folha apurou, FHC ainda não havia se decidido, mas se inclinava a adotar um valor intermediário entre os R$ 150 pregados pela equipe econômica e os R$ 160 defendidos pelo PSDB.
ACM, no entanto, insistia nos R$ 180: ""Eu estou com muita esperança de que o governo encontre um caminho para o salário mínimo em torno de R$ 180, sem que isso afete demais o déficit público. Eu tenho tido conversas com figuras do governo e se procura um meio de chegar a isso".
Sem detalhar a nova alternativa em negociação, ACM indicou a senadores com quem conversou a possibilidade de um reajuste em duas etapas. "Está em gestação uma proposta que, acredito, vá satisfazer a gregos e troianos. Qualquer proposta só é boa se chegar aos R$ 180", disse.
Em conversa com colegas, o presidente do Senado voltou a defender a desvinculação das aposentadorias e pensões do mínimo como forma de reduzir o impacto do reajuste sobre a Previdência.
Essa proposta foi descartada pelo governo no final do ano passado por causa das resistências políticas. Ela significaria achatar o valor das aposentadorias.
Os ministros da área econômica pretendiam continuar apontando dificuldades para a concessão de um reajuste maior. Hoje é a vez do ministro Francisco Dornelles (Trabalho). Amanhã, a de Pedro Malan (Fazenda). Por último, irá à Câmara Waldeck Ornélas.
Depois que ACM passou a defender um mínimo equivalente a US$ 100, Ornélas, seu afilhado político, chegou a afirmar que o déficit da Previdência já estava estabilizado e que ela "não poderia ser considerada a vilã do mínimo".


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