DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No churrasco que ofereceu anteontem à noite na Granja do Torto após a reunião ministerial, com direito a karaokê de integrantes do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros que eles "fiquem amigos, vão ao bar, ao cinema, não se transformem em máquinas, máquinas, máquinas o tempo inteiro".
A informalidade do churrasco, que terminou por volta das 22h, só foi quebrada pelos informes que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, passava ao presidente sobre o ataque dos Estados Unidos ao Iraque. Lula julgou a guerra um "equívoco".
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi o primeiro a cantar, o que animou outros "candidatos a músico", segundo relato de um dos presentes.
Também cantaram os ministros Roberto Rodrigues (Agricultura), Miro Teixeira (Comunicações) e Ciro Gomes (Integração Nacional).
Rodrigues cantou boleros e tangos. Miro usou repertório de Cartola, cantando "Rosas não falam" e "Tive, sim", entre outras. Ciro interpretou uma música do cearense Fagner, de quem é fã declarado. Aplaudido por Lula, cantou "Velas do Mucuripe".
Lula não cantou, mas brincou com os cantores e com integrantes do Clube do Choro de Brasília, que animaram a festa com música popular ao vivo. Aos profissionais, disse que seus ministros não fizeram feio cantando.
O presidente pegou um cavaquinho de um dos músicos e fez pose, mas não demonstrou intimidade com o instrumento.
Com o churrasco, Lula procurou desanuviar o clima do início da reunião ministerial formal que ocorrera durante o dia, também no Torto, quando ele disse que sente angústia no poder, referindo-se às frustrações do início de governo.
"Sou o mais angustiado. Há noites em que não consigo dormir, tenho insônia, mas isso não me desanima, só me motiva mais", disse o presidente.


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