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Ex-diretora foi fundamental em CPI do Orçamento
LISANDRA PARAGUASSÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ex-diretora do Prodasen Regina Célia Peres Borges, 52, passou
o dia fora. Se tivesse ficado em casa, veria que muita gente resolveu
lhe mostrar solidariedade. Na tarde de ontem, pelo menos quatro
buquês de flores chegaram à casa
no Lago Sul [bairro de classe alta
de Brasília".
Nascida na região do Triângulo
Mineiro, Regina foi para Brasília
fazer faculdade. Estudou informática no Ceub (faculdade privada de Brasília) e entrou no Prodasen para fazer um estágio. Foi efetivada em 1975, aos 26 anos, como
analista de informática legislativa.
Casada há cinco anos com o colega de trabalho Ivar Alves Ferreira, Regina teve antes um casamento com o juiz do trabalho
aposentado Paulo Fernando Borges, com quem teve três filhos.
A primeira vez que ocupou o
cargo de diretora-executiva foi
em 1991, quando o ex-senador
Mauro Benevides, então presidente do Senado, a nomeou. Antes, havia sido coordenadora de
recursos humanos e gerente de
contas do Prodasen -ou seja,
atendia os gabinetes dos senadores em questões de informática.
"Era uma funcionária muito
competente e que tinha muito
prestígio tanto no setor quanto
com os funcionários", diz o ex-deputado Sigmaringa Seixas, que
trabalhou com Regina durante as
CPIs do PC e do Orçamento.
"Anões do Orçamento"
Na CPI do Orçamento, Regina
era considerada peça fundamental para o trabalho dos senadores.
Foi ela quem conseguiu demonstrar que deputados (os chamados
"anões do Orçamento") haviam
alterado emendas depois que elas
saíram do Prodasen -ou seja,
mostrou como eram feitas as
fraudes.
A fama de Regina no Senado vai
além da competência: era vista
como cordial, sempre de bom humor e muito positiva. Os colegas
no Prodasen a consideram séria,
honesta, obstinada e extremamente trabalhadora. A ponto de
cumprir sempre as ordens recebidas. Em qualquer situação.
Regina não tinha uma atuação
política no Congresso, mas mantinha laços políticos em Brasília.
Era filiada, desde 1994, ao PSDB,
para onde foi levada pela deputada Maria de Lourdes Abadia. Em
1995, Regina deixou por algum
tempo o Prodasen para trabalhar
com a deputada no setor de informática da sua campanha ao governo do Distrito Federal.
A informática não era o único
interesse profissional da ex-diretora do Prodasen. Durante a campanha, Abadia descobriu que a
técnica do Prodasen se interessava muito por temas sociais.
Dez anos antes, em 1984, Regina
saiu por um ano do Senado para
trabalhar no Projeto Rondon.
Participou de uma pesquisa nacional sobre aleitamento materno. Na volta, fez uma especialização em Ciências Sociais na Universidade de Brasília.
Depois da campanha de Abadia, Regina voltou ao governo federal. Em 1997 voltou à direção do
Prodasen, nomeada por Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
No Prodasen, Regina virou assunto proibido. Amigos querem
protegê-la. Conhecidos preferem
fingir que não sabem de nada.
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