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FHC não pagará
qualquer preço
para barrar CPI
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A QUÉBEC
O presidente Fernando Henrique Cardoso não quer a instalação de uma CPI conjunta no
Congresso, mas não vai pagar
qualquer preço para evitá-la.
Foi essa a sensação que transmitiu no vôo entre Brasília e
Québec, anteontem, para participar da Cúpula das Américas.
Em particular, FHC deixou
claro que não vai atender qualquer reivindicação do que um
de seus interlocutores chamou
de bancada "PL/evangélicos".
O PL avisou que só na terça
anuncia a decisão de sua bancada de assinar ou não o pedido de CPI: uma decisão favorável poderia em tese fornecer o
número mínimo de deputados
pró-CPI depois que o quórum
foi atingido no Senado.
Entre os interlocutores de
FHC no avião, aponta-se a
coincidência: o líder do PT no
Senado, senador José Eduardo
Dutra (SE), marcou para quarta, um dia após o prazo fixado
pelo PL, o limite para a busca
de assinaturas da CPI conjunta.
A explicação para o fato de o
presidente, desta vez, não se
mostrar disposto a fazer de tudo para evitar uma CPI é simples: embora o foco da crise esteja voltado para os parlamentares, FHC está incomodado
com o rótulo de "não rouba,
mas deixa roubar", que foi primeiro usado por Ciro Gomes e
depois reciclado por ACM.
A quebra de sigilo foi o assunto que ocupou todas as
conversas no vôo até Québec.
No hotel em que está a comitiva, as rodinhas que se formavam discutiam não a Cúpula,
mas o episódio ACM/Arruda.
Aloizio Mercadante (PT-SP)
cobrava que, além de ACM e
Arruda, fosse cassado o mandato de Jader Barbalho: "A
quebra do sigilo é grave, mas é
também muito grave servir-se
de cargo público para obter
vantagem". Seus interlocutores
não conseguiam discordar. No
máximo, Ronaldo Caiado
(PFL-GO) dizia que, desde que
se conhece por gente, ouve falar de corrupção na Sudam.
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