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Custo total foi de R$ 16 milhões
DO CONSELHO EDITORIAL
Para participar dessa "oportunidade única", o governo brasileiro gastou cerca de R$ 16 milhões.
O custo do terreno de 2.000 m2
em que se instalou o pavilhão brasileiro foi de 2,040 milhões de
marcos alemães, o que dá quase a
mesma coisa em reais. Para construir e administrar o pavilhão
(3.022 m2 de área construída), foram mais R$ 14,1 milhões.
Wilson Teixeira Soares, da Embratur, calcula que, para cada real
gasto na mostra, retornarão R$ 7
só em turismo, fora os negócios
que eventualmente conseguirem
ser realizados ou engatilhados na
feira de Hannover.
O projeto arquitetônico é da
produtora Bia Lessa, que tem feito
as campanhas eleitorais do PSDB,
inclusive a presidencial de Fernando Henrique Cardoso.
O material utilizado nas fachadas, calçadas e auditórios é uma
tentativa de dar representação
material à idéia de desenvolvimento sustentável, na medida em
que usa, por exemplo, lata reciclada na fachada exterior ou madeira
de reflorestamento na interior.
Pela descrição oficial do pavilhão, sua fachada interior se alterará de momento a momento,
com a participação do visitante.
Auditórios
Já um dos auditórios, de acordo
com a idéia central de mostrar a
diversidade brasileira, tem piso de
pedras semipreciosas.
A participação no pavilhão brasileiro é bastante ecumênica, seja
em matéria de projetos de ONGs
(organizações não-governamentais), seja em termos de presenças
(físicas ou por meio de suas
obras). Estará sendo exposto, por
exemplo, o projeto "Biblioteca Viva", da Fundação Abrinq, presidida por Oded Grajew, empresário
próximo do PT e crítico das políticas do governo Fernando Henrique Cardoso.
Ainda do PT, os organizadores
anunciam a participação de Marta Suplicy, candidata à Prefeitura
de São Paulo, bem como da obra
de Florestan Fernandes.
Mas o ecumenismo não é apenas político. Estarão em exibição
obras de autores como Mário de
Andrade e Paulo Coelho, músicos
como Gal Costa e o maracatu
Cambinda Brasileira, o teólogo
Leonardo Boff e a escola de samba
Mocidade Independente de Padre
Miguel.
O Brasil não é, em todo o caso, o
único a vender originalidade na
sua participação. O pavilhão do
Japão é todo de papel, ao passo
que a Holanda resolveu empilhar
paisagens do país em um edifício
sem paredes.
No total, a exposição de Hannover, que vai até 31 de outubro,
ocupará 160 hectares de área, terá
193 países e deverá ser visitada
por 40 milhões de pessoas. O tema central é "Homem-Natureza-Técnica: surge um novo mundo".
O custo total da mostra, calcula
o governo alemão, será de 3,4 bilhões de marcos (quantia aproximadamente igual em reais), dos
quais 1,8 bilhão bancado pelo governo (o restante virá da empresa
Expo 2000 Hannover GmbH,
uma sociedade entre o governo
federal, o do Estado da Baixa Saxônia, o da cidade de Hannover e
a indústria alemã).
Um estudo do Norddeutsche
Landesbank calcula em 17,6 bilhões de marcos o efeito econômico total proveniente dos investimentos na feira, das diárias e salários para os novos empregos da
Expo (100 mil pessoas no total) e
das despesas dos visitantes.
(CLÓVIS ROSSI)
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