São Paulo, domingo, 21 de maio de 2000


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Custo total foi de R$ 16 milhões

DO CONSELHO EDITORIAL

Para participar dessa "oportunidade única", o governo brasileiro gastou cerca de R$ 16 milhões.
O custo do terreno de 2.000 m2 em que se instalou o pavilhão brasileiro foi de 2,040 milhões de marcos alemães, o que dá quase a mesma coisa em reais. Para construir e administrar o pavilhão (3.022 m2 de área construída), foram mais R$ 14,1 milhões.
Wilson Teixeira Soares, da Embratur, calcula que, para cada real gasto na mostra, retornarão R$ 7 só em turismo, fora os negócios que eventualmente conseguirem ser realizados ou engatilhados na feira de Hannover.
O projeto arquitetônico é da produtora Bia Lessa, que tem feito as campanhas eleitorais do PSDB, inclusive a presidencial de Fernando Henrique Cardoso.
O material utilizado nas fachadas, calçadas e auditórios é uma tentativa de dar representação material à idéia de desenvolvimento sustentável, na medida em que usa, por exemplo, lata reciclada na fachada exterior ou madeira de reflorestamento na interior.
Pela descrição oficial do pavilhão, sua fachada interior se alterará de momento a momento, com a participação do visitante.

Auditórios
Já um dos auditórios, de acordo com a idéia central de mostrar a diversidade brasileira, tem piso de pedras semipreciosas.
A participação no pavilhão brasileiro é bastante ecumênica, seja em matéria de projetos de ONGs (organizações não-governamentais), seja em termos de presenças (físicas ou por meio de suas obras). Estará sendo exposto, por exemplo, o projeto "Biblioteca Viva", da Fundação Abrinq, presidida por Oded Grajew, empresário próximo do PT e crítico das políticas do governo Fernando Henrique Cardoso.
Ainda do PT, os organizadores anunciam a participação de Marta Suplicy, candidata à Prefeitura de São Paulo, bem como da obra de Florestan Fernandes.
Mas o ecumenismo não é apenas político. Estarão em exibição obras de autores como Mário de Andrade e Paulo Coelho, músicos como Gal Costa e o maracatu Cambinda Brasileira, o teólogo Leonardo Boff e a escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
O Brasil não é, em todo o caso, o único a vender originalidade na sua participação. O pavilhão do Japão é todo de papel, ao passo que a Holanda resolveu empilhar paisagens do país em um edifício sem paredes.
No total, a exposição de Hannover, que vai até 31 de outubro, ocupará 160 hectares de área, terá 193 países e deverá ser visitada por 40 milhões de pessoas. O tema central é "Homem-Natureza-Técnica: surge um novo mundo".
O custo total da mostra, calcula o governo alemão, será de 3,4 bilhões de marcos (quantia aproximadamente igual em reais), dos quais 1,8 bilhão bancado pelo governo (o restante virá da empresa Expo 2000 Hannover GmbH, uma sociedade entre o governo federal, o do Estado da Baixa Saxônia, o da cidade de Hannover e a indústria alemã).
Um estudo do Norddeutsche Landesbank calcula em 17,6 bilhões de marcos o efeito econômico total proveniente dos investimentos na feira, das diárias e salários para os novos empregos da Expo (100 mil pessoas no total) e das despesas dos visitantes. (CLÓVIS ROSSI)



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