|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Madeireiras são o risco no Pará
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TOMÉ-AÇU (PA)
Estado com a maior área de
desmatamento (160 mil km2 desde 1988), o Pará é uma frente de
pressão sobre a floresta amazônica. Ao longo da rodovia PA-150
ocorre o maior crescimento de
pequenas madeireiras no país.
Os madeireiros que também
trabalham com agropecuária são
a principal ameaça à selva na região de Tomé-Açu, 260 km ao sul
de Belém, capital do Estado.
A Agência Folha visitou as propriedades de madeireiros na região.Todos os que combinam a
extração de madeira com lavoura
ou pecuária afirmaram que ampliariam a derrubada da floresta
caso a legislação permitisse.
Esse era um dos pilares do projeto do novo Código Florestal
apresentado pelo deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) e arquivado na semana passada.
"Coerção"
Cerca de 20% dos 5.000 hectares
da propriedade de Alberico Antonio Pancierio, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras
do Vale do Acará, estão voltados
para a pecuária e para o cultivo de
pimenta, cupuaçu e coco.
"Com uma mudança na lei, poderia cortar uma área, vender a
madeira e, com o dinheiro, preparar a terra para pastagem", disse.
Pancierio afirmou acreditar que
uma flexibilização na lei ajudaria
a evitar o que chama de "coerção
legal". Segundo ele, o madeireiro
"sofre" com a burocracia para liberação de projetos de manejo.
"Hoje somos considerados bandidos, quando, na verdade, aproveitamos aquilo que irá morrer algum dia", afirmou Pancieiro.
(LUÍS INDRIUNAS)
Texto Anterior: Meio ambiente: Nova fronteira agrícola ameaça Amazônia Próximo Texto: Ibama apresenta sucateamento Índice
|