São Paulo, domingo, 21 de maio de 2000


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Madeireiras são o risco no Pará


DA AGÊNCIA FOLHA, EM TOMÉ-AÇU (PA)
Estado com a maior área de desmatamento (160 mil km2 desde 1988), o Pará é uma frente de pressão sobre a floresta amazônica. Ao longo da rodovia PA-150 ocorre o maior crescimento de pequenas madeireiras no país.
Os madeireiros que também trabalham com agropecuária são a principal ameaça à selva na região de Tomé-Açu, 260 km ao sul de Belém, capital do Estado.
A Agência Folha visitou as propriedades de madeireiros na região.Todos os que combinam a extração de madeira com lavoura ou pecuária afirmaram que ampliariam a derrubada da floresta caso a legislação permitisse.
Esse era um dos pilares do projeto do novo Código Florestal apresentado pelo deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) e arquivado na semana passada.

"Coerção"
Cerca de 20% dos 5.000 hectares da propriedade de Alberico Antonio Pancierio, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Vale do Acará, estão voltados para a pecuária e para o cultivo de pimenta, cupuaçu e coco.
"Com uma mudança na lei, poderia cortar uma área, vender a madeira e, com o dinheiro, preparar a terra para pastagem", disse.
Pancierio afirmou acreditar que uma flexibilização na lei ajudaria a evitar o que chama de "coerção legal". Segundo ele, o madeireiro "sofre" com a burocracia para liberação de projetos de manejo.
"Hoje somos considerados bandidos, quando, na verdade, aproveitamos aquilo que irá morrer algum dia", afirmou Pancieiro.
(LUÍS INDRIUNAS)



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