Ichiro Guerra/Folha Imagem

Policial chuta manifestante caído em frente ao Congresso Nacional

da Sucursal de Brasília

Manifestação contra o desemprego reuniu ontem em Brasília cerca de 20 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Houve confronto entre manifestantes e policiais (do governo petista do Distrito Federal), no protesto mais tumultuado ocorrido em Brasília durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Pelo menos 22 pessoas ficaram feridas (20 manifestantes e 2 policiais), depois que cerca de 200 militantes e 300 PMs se enfrentaram diante do Congresso Nacional. O conflito começou quando manifestantes derrubaram as grades de proteção colocadas em frente ao gramado do Congresso.
A PM reagiu com bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Os manifestantes revidaram com pedradas e pedaços das grades.
O ato, organizado por 40 entidades, entre elas a CUT, o MST e partidos de esquerda, começou pela manhã em clima tenso. Cerca de 200 pessoas invadiram o saguão do edifício-sede da Caixa Econômica Federal.
Os manifestantes, entre eles crianças e adolescentes, permaneceram no local até as 11h. Não houve confronto com os policiais.
O protesto terminou, no final da tarde, em clima de campanha. O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o governo Fernando Henrique Cardoso. "Temos de nocauteá-lo no primeiro assalto. Não podemos nocauteá-lo no 12º assalto."
Acusado pela oposição de ser o responsável pela atuação da PM, o presidente interino Antonio Carlos Magalhães disse que se tratava de "coisa de palanque".
ACM elogiou os policiais do Distrito Federal, governado por Cristovam Buarque (PT), e afirmou que "o país resolverá seus conflitos com ordem e dentro dos princípios legais". "Anarquia, não!", acrescentou.




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