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SP Presidente da CDHU teria ganho carro da empresa
Empresário faz denúncia contra Hama
MALU GASPAR
da Reportagem Local
Arnaldo Rodrigues dos Santos,
ex-vice-presidente da empresa
Transbraçal, entregou ontem ao
Ministério Público cópias de faturas que, segundo ele, comprovam
que o presidente da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), Goro Hama,
recebeu um Passat alemão no valor
de R$ 37.500 em troca da contratação de uma empresa do mesmo
grupo para uma obra.
Segundo Santos, até 1995 a
Transbraçal pagava cerca de cem
carros por ano a políticos ligados a
administrações municipais e ao
governo do Estado de São Paulo.
Santos vem denunciando contratos irregulares da Transbraçal com
prefeituras, entre elas a de São
Paulo, que teria beneficiado a empresa e pelo menos outras cinco do
mesmo grupo.
Ontem, ele afirmou ao Ministério Público que as empresas do
grupo têm também ligações com o
governo estadual, por meio de empresas como a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) e a CDHU.
Fraude
Segundo Santos, depois que Goro Hama assumiu a presidência da
CDHU, as empresas ligadas à
Transbraçal começaram a ganhar
contratos. Um deles, para a construção de 540 apartamentos em
Itaquaquecetuba, foi assinado em
95 com a empresa Severo e Villares
Projetos de Construções.
Em maio daquele ano, o Passat
foi faturado em nome de Lia Hama, mulher do presidente da
CDHU.
Santos afirmou que o presidente
da CDHU havia comprado, em 91,
uma fatura de consórcio da concessionária Sopave, também ligada
à Transbraçal. A fatura foi cancelada em 93 por inadimplência.
Em 95, depois da aprovação do
contrato com a Severo e Villares, a
Sopave faturou o carro para a cota
que havia sido cancelada e realizou
a quitação em 97.
Santos disse que tudo foi uma
fraude, que ele mesmo assinou a
fatura e que a Transbraçal pagou o
carro de Hama.
O ex-vice presidente é genro do
fundador das empresas, Geraldo
José da Silva, morto em 95. Ele ficou na Transbraçal de 1981 a 1995.
De acordo com o Ministério Público, ele sofre vários processos
sob acusação de estelionato e chegou a ter uma condenação de prisão que, posteriormente, foi revogada. Ele afirma que esses processos são fruto de perseguição da família de sua ex-mulher, dona das
empresas.
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