São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NA RODA

Candidato não comentou denúncias contra o PT e informou que não falaria com jornalistas

Lula entra no samba de Zeca Pagodinho

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Zeca Pagodinho participam de roda de samba na casa do cantor, em Xerém, na Baixada Fluminense


DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto o PT sofria ontem as turbulências causadas pelas acusações do oftalmologista João Francisco Daniel, o candidato do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, se divertia com o cantor Zeca Pagodinho em Duque de Caxias (na região metropolitana do Rio).
Lula não quis comentar as denúncias. Por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não falaria com jornalistas.
Ele visitou o cantor, que, apesar de morar na zona oeste carioca, mantém uma casa e uma escola de música para crianças carentes no bairro de Xerém (Duque de Caxias).
O candidato foi o principal homenageado de um animado pagode que contou com a presença da velha guarda da escola de samba Império Serrano e com os sambistas Neguinho da Beija-Flor, Nelson Sargento, Elson do Forrogode e Wilson Moreira.
Ele tomou chope com o anfitrião da roda de samba, comeu churrasco e pediu para que Zeca cantasse o samba "Verdade".
"Quando ouvi esse samba com amigos de classe média, alguns me disseram que não gostavam de você [Zeca" porque você bebia. Disse que isso era preconceito contra pobre. O mesmo preconceito que eu sofro. A elite acha que metalúrgico tem que ser sempre metalúrgico, de preferência andando sempre de uniforme. Mas os de baixo vão ter que governar o país para o Brasil dar certo", disse Lula, lembrando que o pai do cantor também era metalúrgico.
Os petistas se animaram quando os cantores Leandro Dimenor e Maurinho Cruz apresentaram uma versão do samba "Alô, Meu Povo Brasileiro", com o refrão alterado para homenagear Lula: "Se você quiser mudar/Então vamos preservar/Se você quiser mudar/ Lula". Houve quem propusesse que fosse adotada como jingle de campanha.

Segunda morte
O secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares de Castro, que estava com Lula, disse que as denúncias contra o PT são uma tentativa de matar o prefeito Celso Daniel pela segunda vez.
"Não estou culpando ninguém, mas nos sentimos tanto vítimas quanto ele. Acho que estão querendo matar o Celso pela segunda vez", afirmou Castro.


Texto Anterior: PT avalia que acusações não devem prejudicar Lula
Próximo Texto: Janio de Freitas: Problema preliminar
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.