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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidente do PL diz que seu partido vai apoiar Maluf em SP
PL diz que vai participar do
caixa de campanha do PT
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A direção nacional do PL anunciou ter acertado com a cúpula do
PT uma participação do partido
no caixa de campanha petista. Os
candidatos liberais teriam direito
a parte do dinheiro arrecadado na
campanha do presidenciável Luiz
Inácio Lula da Silva, na proporção
da sua bancada na Câmara.
A acordo foi fechado pelo presidente nacional do PL, deputado
Valdemar Costa Neto (SP), com a
cúpula do PT nas reuniões que resultaram no acordo entre os dois
partidos e na indicação do senador José Alencar (PL-MG) para o
cargo de vice na chapa de Lula. A
aliança depende de confirmação
na convenção do PL no domingo.
Segundo o acordo, será formado um caixa único de campanha.
Deputados do PL tentaram, nas
semanas que antecederam ao
acordo, conseguir uma ajuda financeira do senador Alencar para
as suas campanhas, para compensar as perdas pelas coligações
desfeitas nos Estados.
Dono da indústria de tecidos
Coteminas, o senador financiou a
própria campanha em 1998, gastando R$ 3,9 milhões do próprio
bolso, um recorde na Casa. Costa
Neto diz que nenhum deputado
conseguiu ajuda do senador. "Ele
tem uma jararaca no bolso", brincou o presidente do PL, querendo
dizer que ninguém consegue colocar a mão do bolso do senador.
Na última reunião com a cúpula
petista, Costa Neto avisou que o
PL deve se coligar com o PPB de
Paulo Maluf em São Paulo. Assim,
o PL apoiará Lula na eleição presidencial e Maluf na eleição para o
governo do Estado. "Se não tiver
outro jeito..." Essa teria sido a resposta do presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), ao ser informado do acordo com Maluf.
Costa Neto acha que parte dos votos de Maluf acabará indo para
Lula, já que o PPB não tem candidato a presidente da República.
"Vou colocar o Maluf e o Lula
nos meus santinhos. Para o eleitor, os dois são oposição ao governo federal. Isso pode trazer mais
votos para o PT. O Maluf tem 30%
dos votos de São Paulo", afirma o
presidente nacional do PL.
O PL calcula que poderá eleger
sete deputados federais na coligação com Maluf, porque o PPB não
tem candidatos fortes para a Câmara, apesar da expressiva votação esperada por Maluf. Já numa
coligação com o PT, que tem candidatos "bons de voto", o PL elegeria no máximo três deputados.
Fechada a chapa Lula-Alencar,
as direções do PL e do PT tentarão
reduzir ao máximo os conflitos
regionais entre os dois partidos
até o dia da convenção do PL. Ontem, ele passou para o PT um mapa com a situação nos Estados.
Em 13 deles está difícil fechar um
acordo entre as duas legendas.
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