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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Socialistas perdem apoio em cinco Estados e consideram aliança com Lula, mas Arraes nega possibilidade
Aliança PT-PL isola Garotinho e assusta PSB
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A aliança oficial entre o PT e o
PL isolou ainda mais a candidatura à Presidência do ex-governador Anthony Garotinho (PSB).
Sem uma coligação formal com
um partido de peso, Garotinho
perdeu, oficialmente, o apoio dos
liberais em cinco Estados.
Entre os socialistas, cresce o
sentimento de que o melhor caminho para o PSB é a renúncia de
Garotinho e o apoio a Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) no primeiro
turno. Assim, o ex-governador do
Rio pode concorrer à reeleição.
A Folha procurou o candidato
do PSB para obter uma avaliação
do acordo do PT com o PL, mas
sua assessoria informou que ele
não daria entrevistas ontem.
Nos próximos dias uma missão
de petistas deve se encontrar com
o presidente nacional do PSB, Miguel Arraes. O PT, segundo a Folha apurou, pretende oferecer
apoio aos candidatos socialistas
em pelo menos oito Estados -
Pará, Ceará, Amapá, Bahia, Rio
Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco e Roraima. Em troca,
espera que o PSB feche com Lula.
Arraes afirmou ontem que o
partido vai manter a candidatura
de Garotinho, mesmo se houver
um convite formal para adesão à
aliança entre o PT e o PL. "A candidatura será mantida porque temos razões de caráter político para isso", afirmou Arraes.
Já o ex-governador João Capiberibe (AP) disse haver "um sentimento majoritário no partido de
que Garotinho possa vir a dar
uma demonstração de grandeza e
tentar ir conversar com o PT".
Segundo o Tribunal Superior
Eleitoral, se o PSB quiser apoiar o
PT ainda no primeiro turno, deve
realizar nova convenção até o dia
30. Antes terá de convencer Garotinho a renunciar. Ele poderá concorrer à reeleição, desde que sua
mulher, Rosângela Matheus, já
homologada candidata do PSB no
Rio, também renuncie.
Com a aliança entre o PT e o PL,
Garotinho perde apoio dos liberais no Rio, Espírito Santo, Paraná, Ceará e Pará. O ex-governador
também vê ir por água abaixo sua
estratégia de obter, oficialmente,
os votos da Igreja Universal do
Reino de Deus, abrigada no PL.
O núcleo dissidente do PSB, antes formado por Capiberibe e a
deputada Luiza Erundina (SP),
também se ampliou. Dos 18 deputados da bancada federal do partido, apenas sete ainda estariam ao
lado de Garotinho. Os três senadores - Ademir Andrade (PA),
Antônio Carlos Valadares (SE) e
Paulo Hartung (ES) - também
jogam pela aliança, embora não
falem abertamente.
Anteontem, a bancada do PSB
na Câmara se reuniu para tentar
unificar o discurso pró-Garotinho. Há uma angústia natural na
bancada de que o presidenciável
possa cair nas pesquisas, dificultando a reeleição de alguns deputados. Segundo um deputado, a
intenção era reafirmar que o ex-governador continua candidato.
Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência
Folha, em Recife
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