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CARAJÁS
Julgamento termina com 144 absolvidos
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A Justiça do Pará encerrou ontem o julgamento de Eldorado do
Carajás com a absolvição de quatro soldados acusados de co-autoria nas mortes de 19 sem-terra em
17 de abril de 1996, no sul do Pará.
Foram 135 horas de julgamento
divididos em 13 dias e seis sessões.
O Conselho de Sentença julgou
146 policiais militares, sendo que
dois foram condenados e 144 absolvidos. Esta foi a última sessão
do julgamento, iniciado em 14 de
maio e considerado o maior da
história do país em número de vítimas e de acusados.
Os sete jurados absolveram ontem os soldados Genedir Chagas
Lima, Jailton Ferreira da Silva,
Lindon Johnson Honorato Siqueira e Edson Soares.
Os quatro seguiram a mesma
estratégia dos réus anteriores, negando a participação nas mortes.
Dois deles afirmaram ter atirado
para o alto no dia do confronto e
os outros dois declararam que estavam desarmados na ocasião.
Os advogados de defesa sustentaram a tese de negativa de autoria e falta de individualização de
conduta delituosa dos réus.
O Ministério Público pediu a
condenação deles por co-autoria
nos 19 homicídios. Como em todas as sentenças de absolvição anteriores, os promotores vão recorrer contra a decisão.
Os únicos condenados no caso
Carajás foram o coronel Mário
Pantoja, que comandou a tropa
de Marabá (PA) e pegou 228 anos
de prisão, e o major José Maria
Oliveira, que comandou a de Parauapebas (PA) e pegou 158 anos.
Em seu depoimento, Pantoja
responsabilizou o governador Almir Gabriel (PSDB) pela operação. O governador tucano nega
ter autorizado o uso da força para
desobstruir a rodovia PA-150.
Pantoja e Oliveira têm o direito
de recorrer em liberdade por serem réus primários, e seus advogados já entraram com pedido de
anulação do julgamento.
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