São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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CARAJÁS

Julgamento termina com 144 absolvidos

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

A Justiça do Pará encerrou ontem o julgamento de Eldorado do Carajás com a absolvição de quatro soldados acusados de co-autoria nas mortes de 19 sem-terra em 17 de abril de 1996, no sul do Pará.
Foram 135 horas de julgamento divididos em 13 dias e seis sessões. O Conselho de Sentença julgou 146 policiais militares, sendo que dois foram condenados e 144 absolvidos. Esta foi a última sessão do julgamento, iniciado em 14 de maio e considerado o maior da história do país em número de vítimas e de acusados.
Os sete jurados absolveram ontem os soldados Genedir Chagas Lima, Jailton Ferreira da Silva, Lindon Johnson Honorato Siqueira e Edson Soares.
Os quatro seguiram a mesma estratégia dos réus anteriores, negando a participação nas mortes. Dois deles afirmaram ter atirado para o alto no dia do confronto e os outros dois declararam que estavam desarmados na ocasião.
Os advogados de defesa sustentaram a tese de negativa de autoria e falta de individualização de conduta delituosa dos réus.
O Ministério Público pediu a condenação deles por co-autoria nos 19 homicídios. Como em todas as sentenças de absolvição anteriores, os promotores vão recorrer contra a decisão.
Os únicos condenados no caso Carajás foram o coronel Mário Pantoja, que comandou a tropa de Marabá (PA) e pegou 228 anos de prisão, e o major José Maria Oliveira, que comandou a de Parauapebas (PA) e pegou 158 anos.
Em seu depoimento, Pantoja responsabilizou o governador Almir Gabriel (PSDB) pela operação. O governador tucano nega ter autorizado o uso da força para desobstruir a rodovia PA-150.
Pantoja e Oliveira têm o direito de recorrer em liberdade por serem réus primários, e seus advogados já entraram com pedido de anulação do julgamento.


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