|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Interessados querem
manter data do leilão
da Sucursal de Brasília
Empresas interessadas na privatização do Sistema Telebrás querem que o governo mantenha a
data do leilão de venda da estatal,
marcado para o dia 29 de julho.
Elas afirmam que uma "nova
escorregada" do governo, adiando
o leilão, poderá "desacreditar" o
processo de venda da Telebrás,
cujo preço mínimo foi estabelecido em R$ 13,47 bilhões.
Essas empresas avaliam que o tiroteio político entre governo e
oposição em torno da privatização
da estatal "assusta", mas não
atrapalha o processo.
A Folha falou com a MCI do
Brasil, a Telefónica espanhola, a
BR Telecom (do Grupo Listas), a
Lightel (do Grupo Algar) e a Cowan. Todas elas estão consultando
os "data rooms" da Telebrás, que
contêm dados sobre a estatal.
Investidores norte-americanos
pediram ao ministro Luiz Carlos
Mendonça de Barros (Comunicações), semana passada em Nova
York, o adiamento do leilão.
"Adiar o leilão poderá desvalorizar mais as ações da Telebrás,
pois os mercados estão instáveis",
disse o presidente da MCI no Brasil, Luis Fernando Rodrigues.
Ele lembrou que o leilão foi inicialmente marcado para o dia 15
de julho, mas acabou remarcado
para o dia 29. O governo argumentou que daria mais tempo aos
interessados nos "data rooms".
Para o presidente da BR Telecom, James Tompkins, "ninguém
levou o governo a sério quando ele
anunciou que privatizaria a Telebrás em 98". Por isso, acredita que
há pressões para adiar. "A única
razão para uma eventual mudança
seria a entrada, na última hora, de
dois ou três grandes operadores."
Para Gunnar Vikberg, vice-presidente do Grupo Algar, outro
adiamento poderá "desacreditar"
a privatização. "Seria ruim para a
Telebrás, para o país e para a credibilidade do governo."
Para Tompkins, o debate em
torno da venda era esperado por
ser um ano eleitoral. "Essa polêmica não atrapalha, mas afeta a
credibilidade." Paulo Toller, diretor de Concessões e Privatização
da construtora Cowan, tem a mesma opinião. "O tiroteio assusta
um pouco os investidores, mas
não traz problemas ao processo."
A espanhola Telefónica, por sua
assessoria, disse que "confia no
cumprimento dos prazos estabelecidos".
(FERNANDO GODINHO)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|