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Procurador rastreia
destino dos depósitos
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os destinatários das ordens de
pagamento feitas pela construtora Incal, responsável pela construção do Fórum Trabalhista, terão suas contas e empresas rastreadas pelo Ministério Público.
A investigação será centrada naqueles que teoricamente foram os
mais beneficiados com os depósitos feitos pela construtora. O objetivo é saber se essas pessoas ou
empresas foram usadas como "laranjas" para a lavagem de dinheiro ou se efetivamente prestaram
algum tipo de serviço à Incal.
Paralelamente, o Ministério Público investiga contas bancárias
no exterior, para onde o dinheiro
desviado pode ter sido levado.
A procuradora regional Maria
Luísa Duarte afirmou ontem que
vai solicitar a ficha de abertura
bancária das pessoas que constam na listagem da Incal. À Junta
Comercial de São Paulo, o Ministério Público vai pedir o registro
das empresas.
Alguns dos destinatários das 80
ordens de pagamento, ocorridas
entre abril de 1992 e julho de 1998,
devem ser convocados para depor no Ministério Público.
"Já há provas de que, para justificar a movimentação financeira
da construtora, foram usados laranjas. Vamos localizar e ouvir essas pessoas", disse a procuradora.
Regularidade
Segundo o procurador da República José Ricardo Meirelles, vários nomes de destinatários se repetem, o que sugere, segundo ele,
uma regularidade nos depósitos
feitos pela construtora.
Para Meirelles, é preciso excluir
os pagamentos corriqueiros da
construtora.
"Algumas ordens de pagamento, aparentemente, são regulares.
Há, por exemplo, pagamentos de
refeição para funcionários. Nesse
caso os valores são baixos. O que
chama a atenção são os valores altos depositados para algumas
pessoas", disse Meirelles.
O procurador informou ontem
que vai ouvir o ex-funcionário da
construtora Roberto Rivera, que
será chamado a depor. Rivera foi
procurado ontem pelo Ministério
Público, mas até as 19h30 ele não
havia sido localizado.
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