São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2000


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Procurador rastreia destino dos depósitos

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os destinatários das ordens de pagamento feitas pela construtora Incal, responsável pela construção do Fórum Trabalhista, terão suas contas e empresas rastreadas pelo Ministério Público.
A investigação será centrada naqueles que teoricamente foram os mais beneficiados com os depósitos feitos pela construtora. O objetivo é saber se essas pessoas ou empresas foram usadas como "laranjas" para a lavagem de dinheiro ou se efetivamente prestaram algum tipo de serviço à Incal.
Paralelamente, o Ministério Público investiga contas bancárias no exterior, para onde o dinheiro desviado pode ter sido levado.
A procuradora regional Maria Luísa Duarte afirmou ontem que vai solicitar a ficha de abertura bancária das pessoas que constam na listagem da Incal. À Junta Comercial de São Paulo, o Ministério Público vai pedir o registro das empresas.
Alguns dos destinatários das 80 ordens de pagamento, ocorridas entre abril de 1992 e julho de 1998, devem ser convocados para depor no Ministério Público.
"Já há provas de que, para justificar a movimentação financeira da construtora, foram usados laranjas. Vamos localizar e ouvir essas pessoas", disse a procuradora.

Regularidade
Segundo o procurador da República José Ricardo Meirelles, vários nomes de destinatários se repetem, o que sugere, segundo ele, uma regularidade nos depósitos feitos pela construtora.
Para Meirelles, é preciso excluir os pagamentos corriqueiros da construtora.
"Algumas ordens de pagamento, aparentemente, são regulares. Há, por exemplo, pagamentos de refeição para funcionários. Nesse caso os valores são baixos. O que chama a atenção são os valores altos depositados para algumas pessoas", disse Meirelles.
O procurador informou ontem que vai ouvir o ex-funcionário da construtora Roberto Rivera, que será chamado a depor. Rivera foi procurado ontem pelo Ministério Público, mas até as 19h30 ele não havia sido localizado.


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