São Paulo, domingo, 21 de julho de 2002

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Collor serve de munição em sites de candidatos

CÉSAR GUERRA CHEVRAND
DA REDAÇÃO

Em disputa pelo segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS) têm utilizado o ex-presidente Fernando Collor em seus respectivos sites para atingir a credibilidade do adversário.
Na página do candidato tucano (www.joseserra.org.br), um texto intitulado "O Brasil não voltará a 1989" afirma que Ciro repete o "marketing do insulto" utilizado pelo ex-presidente.
Diz o texto: "Ciro Gomes tem o mesmo palanque de Collor, os mesmos aliados, a mesma falta de respeito às leis, às instituições e às pessoas. A mesma forma mistificadora de fazer política e os mesmos truques". Segundo o artigo, os militantes e profissionais do PSDB têm a missão de "não deixar o país voltar a 1989".
Há ainda um "desafio" ("Os amigos de Ciro") em que os leitores devem ligar três pessoas a seus cargos para descobrir quem apóia Ciro e estava ao lado de Collor.
O troco do candidato da Frente Trabalhista está em texto com chamada na página inicial de seu site (www.ciro23.com.br): "Onde estavam alguns membros do atual governo em 92?".
Segue uma lista com sete nomes que integraram o governo Collor e hoje "ocupam o alto escalão do governo FHC". Os citados são Renan Calheiros, Antônio Kandir, Pratini de Morais, Celso Lafer, Armínio Fraga, Pedro Parente e Pedro Malan.
Ao final do texto, há uma breve explicação: "Esclarecemos que esta matéria não tem como objetivo fazer nenhum juízo de valor sobre as pessoas. Pretendemos apenas resgatar alguns fatos da nossa história. Além de ocuparem cargos no governo Collor e no atual, estas pessoas também têm outra característica em comum. Todas apóiam, por enquanto, o mesmo candidato à Presidência".

Omissão
Apesar das diferenças, José Serra e Ciro Gomes já foram do mesmo partido no passado. O atual presidenciável do PPS foi governador do Ceará pelo PSDB, articulador do Plano Real e ministro da Fazenda de Itamar Franco (1992-94).
Em seu site, porém, no texto que descreve sua atuação como governador ("Ciro Governador do Ceará), não há nenhuma referência ao PSDB, legenda que só abandonou em 1997.
Os ataques de ambos os lados pela internet se intensificaram na semana passada, quando os institutos Ibope e Vox Populi divulgaram pesquisas em que Ciro passa Serra nas intenções de voto.



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