São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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NO AR
"Mr. Millennium"

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Para a CBN, que é parte das Organizações Globo:
- O clima eleitoral começa, aos poucos, a tomar conta do Brasil. O presidente volta a ocupar espaço em busca da atenção do eleitor.
Foi introdução para a festa que FHC preparou, hoje, para Nelson Mandela:
- Homenagem apoteótica, com a bateria da Mangueira e boi-bumbá de Parintins.
E também Cafu e Taffarel, como adiantou a Globo. Rede que omitiu, porém, o caráter eleitoral da "apoteose".
Do mesmo modo, ontem no Grito da Terra, nada de Lula. Mostraram-se os agricultores no teatro Municipal, mas não o candidato petista.
Já a CBN deixou claro:
- Lula pegou carona no ato e criticou o concorrente.

A apoteose e o Grito são, é claro, notícia. Mas também são pseudo-eventos eleitorais que marcam a abertura da campanha pós-Copa.
Campanha que FHC e Lula já tentaram abrir na semana passada, no Nordeste, até com saques do MST. Um e outro voltavam à seca.
Não pegou. A televisão já decidiu acabar com o assunto. A seca, ela continua.

Nelson Mandela concorre com outro convidado eleitoral do presidente-candidato.
FHC e o seu secretário de Comunicação, Sergio Amaral, receberam Peter Mandelson, o marqueteiro de Tony Blair. Ele foi o chefe da campanha eleitoral e virou ministro.
É o garoto-propaganda da chamada Terceira Via.
A televisão brasileira nem notou. A BBC, em seu site da Internet, registra que ele criou uma máquina sofisticada e profissional para eleger Blair. Ministro sem pasta, segue o chefe da "apresentação efetiva ao público".
Curiosidade: a exemplo do marqueteiro de FHC, Nizan Guanaes, que criou o projeto Brasil 500 Anos na Globo, Mandelson criou um projeto de propaganda para o ano 2000 na Grã-Bretanha.
Foi apelidado, por Tony Blair, "Mr. Millennium".


E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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