São Paulo, terça, 21 de julho de 1998

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SUCESSÃO
Campanha será intensificada nos Estados
Comitê já vê vitória de FHC no 1º turno

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso vai intensificar a campanha de rua para tentar vencer as eleições no primeiro turno. A proposta do comando da campanha é que FHC visite todos os Estados, inclusive aqueles em que enfrenta problemas de palanque.
"Vamos intensificar a campanha para melhorar o desempenho do presidente. Se ele puder ir a todos os Estados, irá", disse o coordenador político, Euclides Scalco.
Segundo Scalco, o comitê de campanha trabalha com a previsão de vitória no dia 4 de outubro. "Se não der, vamos disputar a do dia 25 de outubro." A estratégia foi definida diante do "sucesso" das viagens a Coremas e Monteiro (PB) e Porto Alegre (RS).
Ontem, Scalco se reuniu com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e a estratégia foi detalhada. "As viagens foram coroadas de êxito", afirmou Bornhausen.
Para resolver os problemas de palanque, o comando da campanha negociará diretamente com os presidentes de diretórios regionais dos partidos aliados e do PMDB.
Em apenas nove Estados, FHC não enfrenta problemas de palanque ou já definiu quem são seus aliados preferenciais: Rio Grande do Sul (onde esteve no final de semana), Amazonas, Bahia, Maranhão, Amapá, Paraná, Alagoas, Paraíba e Ceará. As viagens a esses Estados não foram definidas.
Onde há problemas, FHC deverá ir como presidente, mas as despesas de transportes serão pagas pelo PSDB. O comando também encontrou uma brecha para colocar FHC ao lado dos candidatos do PMDB, que poderão aparecer junto com o presidente-candidato no material impresso: outdoor, santinhos, cartazes etc.

Gustavo Franco
A coordenação se contrapôs às declarações do presidente do Banco Central, Gustavo Franco, de que não há dinheiro para investimentos na área social.
As declarações de Franco mostram falta de sintonia entre a equipe econômica e setores da campanha que defendem o desenvolvimento com estabilidade como prioridade.
Um dos principais problemas que FHC enfrenta é a falta de investimentos no social.
"Não há recursos. A única maneira de resolver o problema social é estabilizando preços", disse Franco, em entrevista à revista semanal "Época". "Concordo com o grupo que está fazendo a campanha. Evidentemente que há recursos", disse Scalco.
Franco, um dos pais do Plano Real, criticou também mudanças na política econômica em um eventual segundo mandato.
"Já ouvi observações de que no próximo mandato o presidente iria mudar sua ênfase e teria uma orientação econômica diferente. O que é curioso é que essa orientação diferente assemelha-se ao programa do PT", disse.

Desenvolvimento
"Desenvolvimento, todos querem. Isso não é patrimônio de ninguém. É de quem tem interesse no desenvolvimento. O programa é de desenvolvimento. Ele afirmou em Belo Horizonte (terça passada) que o país vai crescer 6% e tem de ter dinheiro", afirmou Scalco.
Hoje, a equipe começa a divulgar os cadernos de governo.
São 27 com os principais feitos do governo FHC, que servirão de base para um novo mandato.



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