São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006

Ministro diz que já não era responsável por Bargas

Marinho diz que ele deixou gabinete no dia 2 de agosto

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou ontem que não responde pelos atos de Oswaldo Bargas, ex-sindicalista cujo nome foi associado à crise dos dossiês, desde 2 de agosto, quando o petista deixou o cargo de chefe de gabinete do ministério para se engajar à campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A revista "Época" divulgou nota anteontem em que afirma que Bargas e Jorge Lorenzetti, apontado como intermediário do encontro entre o ex-policial Gedimar Pereira Passos e o ex-assessor do Planalto Freud Godoy, na crise dos dossiês, sondaram eventual interesse da publicação em material que comprometeria José Serra, candidato do PSDB ao governo, na fraude das ambulâncias.
Amigo íntimo do presidente Lula desde os anos 70, quando atuou ao seu lado em greves históricas no ABC paulista, Bargas ocupou o cargo de secretário de Relações de Trabalho, entre janeiro de 2003 e janeiro deste ano. Foi assessor de Marinho, quando ele presidiu a CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
"O chefe de gabinete chama-se Cristiane de Oliveira [Leite]. Ele [Oswaldo Bargas] foi chefe de gabinete até o dia 2 de agosto. Respondo por ele até esse dia", afirmou Marinho, após participar de um evento do lançamento do Projeto Juventude Cidadã, em Guarulhos.
O ministro também afirmou que o presidente Lula determinou a apuração de "duas ilegalidades" em relação à oferta de dossiês. "Uma ilegalidade é de onde vem o dinheiro. Aliás, comprar dossiê não é ilegal desde que seja feito corretamente. Portanto tem de se investigar o dinheiro, quem é o responsável [pela compra do do documento] e quem for, que arque com as conseqüências", disse.
O ministro ressaltou que a segunda ilegalidade é "o conteúdo" do dossiê que deve ser investigado. "O PSDB e o PFL não podem querer se esconder atrás do dinheiro e negar a investigação do dossiê, do problema do sanguessuga e do vampiro, portanto, o Serra tem muito a explicar sobre isso", afirmou.
Durante o evento, Marinho disse ainda que discorda das informações que são divulgadas em relação ao programa Primeiro Emprego, apontado como um dos projetos do governo petista que teria fracassado.
"São 7.000 jovens só em Guarulhos vão receber qualificação profissional, por meio de cursos do Juventude Cidadã, uma das atividades do programa Primeiro Emprego. Em 44 meses, foram mais de 668 mil jovens atendidos nas várias ações que compõem o programa", afirmou o ministro.


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