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ELEIÇÕES 2006
Ministro diz que já não era responsável por Bargas
Marinho diz que ele deixou gabinete no dia 2 de agosto
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Trabalho, Luiz
Marinho, afirmou ontem que
não responde pelos atos de Oswaldo Bargas, ex-sindicalista
cujo nome foi associado à crise
dos dossiês, desde 2 de agosto,
quando o petista deixou o cargo
de chefe de gabinete do ministério para se engajar à campanha eleitoral do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A revista "Época" divulgou
nota anteontem em que afirma
que Bargas e Jorge Lorenzetti,
apontado como intermediário
do encontro entre o ex-policial
Gedimar Pereira Passos e o ex-assessor do Planalto Freud Godoy, na crise dos dossiês, sondaram eventual interesse da
publicação em material que
comprometeria José Serra,
candidato do PSDB ao governo,
na fraude das ambulâncias.
Amigo íntimo do presidente
Lula desde os anos 70, quando
atuou ao seu lado em greves
históricas no ABC paulista,
Bargas ocupou o cargo de secretário de Relações de Trabalho, entre janeiro de 2003 e janeiro deste ano. Foi assessor de
Marinho, quando ele presidiu a
CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
"O chefe de gabinete chama-se Cristiane de Oliveira [Leite].
Ele [Oswaldo Bargas] foi chefe
de gabinete até o dia 2 de agosto. Respondo por ele até esse
dia", afirmou Marinho, após
participar de um evento do lançamento do Projeto Juventude
Cidadã, em Guarulhos.
O ministro também afirmou
que o presidente Lula determinou a apuração de "duas ilegalidades" em relação à oferta de
dossiês. "Uma ilegalidade é de
onde vem o dinheiro. Aliás,
comprar dossiê não é ilegal desde que seja feito corretamente.
Portanto tem de se investigar o
dinheiro, quem é o responsável
[pela compra do do documento] e quem for, que arque com
as conseqüências", disse.
O ministro ressaltou que a
segunda ilegalidade é "o conteúdo" do dossiê que deve ser
investigado. "O PSDB e o PFL
não podem querer se esconder
atrás do dinheiro e negar a investigação do dossiê, do problema do sanguessuga e do vampiro, portanto, o Serra tem muito
a explicar sobre isso", afirmou.
Durante o evento, Marinho
disse ainda que discorda das informações que são divulgadas
em relação ao programa Primeiro Emprego, apontado como um dos projetos do governo
petista que teria fracassado.
"São 7.000 jovens só em Guarulhos vão receber qualificação
profissional, por meio de cursos do Juventude Cidadã, uma
das atividades do programa
Primeiro Emprego. Em 44 meses, foram mais de 668 mil jovens atendidos nas várias ações
que compõem o programa",
afirmou o ministro.
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