São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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SÃO PAULO

Ministro da Saúde e prefeito interino de SP são atingidos pelo ataque em inauguração na cidade; primeira-dama é protegida

Ovos atingem palanque durante discurso de Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito interino de São Paulo, Hélio Bicudo (PT), e o ministro Humberto Costa (Saúde) foram atingidos ontem por ovos lançados por um desconhecido contra o palanque em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursava na inauguração de um centro odontológico do governo federal, em Campo Limpo (zona sul).
Os ovos não foram atirados na direção de Lula. O primeiro atingiu Bicudo na perna. O segundo, o braço direito de Costa. A primeira-dama, Marisa Letícia, que estava entre o prefeito e o ministro, assustou-se com o primeiro ataque. Quando o segundo ovo foi jogado, um segurança afastou a primeira-dama, protegendo-a.
Segundo integrante da comitiva presidencial, o autor do ataque estava bêbado e foi afastado do palanque por pessoas que estavam perto dele. A assessoria do Planalto afirmou que ele não foi detido.
Costa disse que não considerou o incidente um ato "ostensivo" de contrariedade com o governo Lula. "Algum gaiato jogou dois, três ovos. Um me atingiu, mas nem estourou, caiu no chão", contou.
O ministro também não vê relação do ocorrido com a disputa entre Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB) pela Prefeitura de São Paulo. "Não sei se tinha alguém lá que não fosse com nossa cara."
Costa admitiu que se assustou quando viu algo atirado na sua direção, mas que achou, em princípio, que fosse algum objeto para o presidente, porque o público estava jogando bilhetes para Lula.
Já o secretário municipal de Governo, Jilmar Tatto, que estava no palanque, disse que os ovos foram atirados por "um tucano". "É um absurdo, estão agredindo até o presidente." Tatto acredita que o alvo da ação era a primeira-dama. "O evento era um ato de governo, não uma ação de campanha. Não havia razão para ocorrer isso."
À noite, a Presidência ainda negava que qualquer integrante da comitiva tivesse sido atingido e descartava motivação política.
O acesso ao evento foi organizado pela Polícia Militar e pelo cerimonial da Presidência. Os moradores da área foram convocados a prestigiar. Na entrada, as pessoas passavam pelo detector de metal. Depois, ganhavam broche com a letra "c", de cerimonial. Alguns dos presentes portavam bandeiras da campanha de Marta.


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