São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 2002
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSIÇÃO Presidente do PT faz alusão a Cuba ao condenar marola na economia Mar está "revuelto", diz Dirceu ao descartar Armínio no BC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), descartou ontem a possibilidade de o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, continuar no cargo nos primeiros seis meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. "Novo governo, novos homens, novas mulheres", afirmou Dirceu. "Não é bom para o país que aconteçam essas especulações. Vamos deixá-lo [Armínio] trabalhar em paz. Já é pública a posição do Lula, ele indicará um novo presidente para o BC. Não vamos fazer marola, que o mar não está calmo. O mar está "revuelto", como se diz em Cuba", disse Dirceu. O dirigente petista afirmou que a equipe de transição de Lula tem prestigiado a equipe econômica do atual governo, que, segundo ele, deve ter plenos poderes até 31 de dezembro. Mas acrescentou que o presidente eleito vai indicar um nome para assumir a presidência do BC a partir de janeiro. "O Lula vai indicar um nome dele, sem nenhum demérito à figura do presidente Armínio Fraga, sem nenhum demérito à competência técnica do presidente do Banco Central", disse Dirceu. Conforme a Folha noticiou anteontem, já haveria um entendimento entre Lula e Fernando Henrique Cardoso para que a futura direção do BC seja submetida a sabatina do Senado em dezembro, a fim de que possa assumir junto com o presidente eleito. Dirceu também negou que esteja procurando garantir uma vaga no ministério ao afirmar que prefere ficar no governo a ocupar a presidência da Câmara. "Eu disse que não sou candidato à presidência da Câmara. Isso não quer dizer que vou ser ministro." Dirceu acrescentou que poderia ocupar outro cargo no governo Lula. "Ficaria muito honrado em ocupar qualquer cargo no governo. Gosto de desafios, de quebrar pedras. Mas não considero que ser presidente do PT seja pouco." Dirceu disse ter anunciado que não é candidato a presidente da Câmara para permitir que a discussão sobre um novo nome seja desencadeada na bancada. Por meio de seu porta-voz, André Singer, Lula disse que, "para participar do governo dele, é necessário ter autorização dele. E que, por enquanto, ele não discutiu nenhum cargo com ninguém". Singer disse que a declaração de Lula não fora dada para "amenizar" o que fora dito pouco antes por Dirceu, descartando qualquer possibilidade de manter Armínio na presidência do BC nos primeiros meses do novo governo. Dirceu discutirá a participação do PPS no governo com o presidente do partido, Roberto Freire (PE), amanhã, em São Paulo. Texto Anterior: Painel Próximo Texto: PT e oposição negociam alíquota do IR Índice |
|
|
