São Paulo, domingo, 21 de novembro de 2004

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REPERCUSSÃO

CARLOS LESSA, economista, ex-presidente do BNDES:
"Perdi um amigo de 42 anos e estou extremamente abalado. Ele foi um brasileiro com letras maiúsculas, prova de que os brasileiros são grandes. Era um gigante no mundo das idéias, do comportamento moral e ético, era de uma honestidade total".

ANTONIO PALOCCI FILHO, ministro da Fazenda:
"Lamento profundamente o falecimento do professor Celso Furtado. É uma grande perda para o Brasil, cuja história econômica e social está fortemente marcada pela sua vigorosa contribuição. Seu nome ficará para sempre na memória nacional. Celso Furtado criou legiões de admiradores e discípulos por seu trabalho intelectual e profissional. Foi o primeiro economista a apontar a importância do combate à desigualdade de renda para o crescimento de longo prazo. Ao longo de nossa história ninguém superou Celso Furtado na compreensão dos desafios regionais do desenvolvimento nacional. Sua ausência será muito sentida por todos nós que sempre o admiramos".

ANTONIO CANDIDO, crítico literário, professor emérito aposentado da USP
"Os grandes homens são raros. Celso Furtado é certamente um deles, porque pôs a sua inteligência a serviço de problemas essenciais do país, com realizações marcadas pelo realismo dos procedimentos e a radicalidade dos objetivos, como foi o caso da Sudene. Essas realizações e mais os seus escritos configuram um tipo de intelectual empenhado em medidas e atos que favoreçam a justiça social. Expressiva neste sentido foi, por exemplo, a declaração de que o movimento dos sem-terra era o mais importante do Brasil no século 20. Neste caso, ele sentiu bem, na linha das suas aspirações, que faltava a atuação decidida do trabalhador rural a fim de completar o amadurecimento político da população, sem o qual as soluções tendem a emanar de cima. É preciso ressaltar a serenidade com que esse pensador eminente praticava suas idéias, sem prejuízo da inflexível firmeza.

JOSÉ LUÍS FIORI, cientista político e professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro:
"Com a morte de Celso Furtado o Brasil perde um grande pensador e um líder, mas sobretudo perde um homem que jamais abriu mão de suas idéias, de sua coerência ética e de sua paixão pelo Brasil. Morre pouco depois de saber da demissão da presidência do BNDES do seu discípulo, o professor Carlos Lessa, atropelado pelos interesses financeiros que comandam o Brasil já faz tempo e que conseguem destruir todos os brasileiros honestos que tentam resistir a sua onipotência. Talvez tenha sido o último gesto de protesto ou suspiro de tristeza deste grande patriota que foi Furtado".

NELSON JOBIM, presidente do Supremo Tribunal Federal:
"Ele foi um homem importante para o Brasil. Colocou a inteligência e a capacidade de trabalho a favor do país. Ele se foi, mas o legado e o ensinamento dele -a necessidade de trabalharmos todos para a redução das desigualdades- não morrem".

PAULO NOGUEIRA BATISTA JR., economista e professor da FGV-EAESP:
"Ele foi o economista brasileiro mais importante da segunda metade do século 20. Principalmente pela contribuição intelectual dele, uma obra muito importante, criativa, original, de influência enorme para uma série de economistas. Junto com Raúl Prebisch, foi dos mais importantes economistas latino-americanos".

CRISTOVAM BUARQUE, senador (PT-DF):
"Nós perdemos um dos raros brasileiros que foram capazes de colocar uma mente absolutamente lúcida a serviço do povo. Ele foi um dos homens que mais contribuíram para criar um Brasil rico e justo. Ele, como muitos de nós, estava em uma fase de muita inquietação e desconforto com a situação que estamos vivendo, com os rumos do país".

JOSÉ DIRCEU, ministro-chefe da Casa Civil
"O Brasil perde um pouco de sua alma. Nós, da geração de 68, perdemos um homem que sempre nos guiou, nos ensinou, e que para todos nós era um exemplo de vida, da vida íntegra que ele levou, dedicada totalmente ao Brasil e a nosso povo. É um momento de tristeza, mas também de reafirmar, particularmente eu quero deixar bem claro, que sou absolutamente fiel a seus ideais, a seu pensamento e a seu exemplo de vida. No governo do presidente Lula sempre estarei ao lado das pessoas que sonham".

WALDIR PIRES, ministro da Controladoria Geral da União:
"Poucos brasileiros se identificaram tanto com a necessidade de transformações sociais e econômicas e com a instalação do Estado democrático que tivesse a responsabilidade de construção de um mundo autônomo e de solidariedade. Celso é uma das figuras mais extraordinárias da nossa vida política, porque ele era, de fato, um pensador político".


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