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São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2003

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UM ANO DE LULA

Eleitores que esperam bom governo no futuro caem de 71% para 63%

Lula mantém aprovação em 42%, mas expectativa piora

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva termina o primeiro ano de seu mandato com a aprovação de 42% dos eleitores brasileiros, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 8 a 12 e 15 deste mês. O petista manteve-se estável durante todo o período. Já no primeiro levantamento, em março, registrou aprovação de 43%.
O Datafolha entrevistou 12.180 pessoas em 396 municípios nos 26 Estados e no Distrito Federal. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. No último levantamento, em outubro, Lula também teve 42% de aprovação.
Uma diferença marcante em relação à pesquisa anterior é o percentual de eleitores que esperam um governo "ótimo" ou "bom" daqui para a frente: 63%, uma queda grande em relação a outubro, quando 71% estavam nessa categoria. Na comparação com março, a queda é ainda maior -a taxa era de 76%.
O traço mais marcante na popularidade de Lula nos últimos 12 meses é a regularidade dos números. A aprovação variou sempre dentro da margem de erro da pesquisa Datafolha entre um levantamento e outro.
Apesar dessa constância, é incorreto deduzir que não houve oscilação considerável no humor do eleitorado. A rejeição ao petista variou além da margem de erro. Em março, 10% consideravam o governo de Lula "ruim" ou "péssimo". Agora, são 15%, sendo que a variação maior foi de outubro para cá -de 11% para 15%.
Neste mês, 41% responderam considerar o governo Lula "regular", número quase igual aos 42% de "ótimo" e "bom".

Jovens e interior
Entre os jovens de 16 a 24 anos, Lula tem 44% de aprovação. É a faixa etária mais favorável ao petista. Foi assim desde o início do ano, quando o presidente tinha 47% de aprovação. Os eleitores de 45 a 59 anos são os menos generosos: 38% aprovam o petista.
Do ponto de vista geográfico, Lula se dá melhor nas cidades do interior. Tem 44% de aprovação nessas localidades contra 37% nas regiões metropolitanas -onde a qualidade de vida tem se deteriorado nos últimos anos.
Não é para menos que o presidente tem 39% de aprovação no Sudeste contra 44% nas outras quatro regiões. Nas principais capitais do Sudeste, o desempenho de Lula é bem abaixo da média nacional. No Rio, é aprovado por 33%. Em São Paulo, por 35%. Em Belo Horizonte, por 36%.
A pior avaliação de Lula em uma capital, entretanto, está no Nordeste. Em Recife, apenas 32% consideram o governo do presidente "ótimo" ou "bom" -e 26% acham "ruim" ou "péssimo".
As variações acima da margem de erro desfavoráveis a Lula ocorreram entre os brasileiros com nível superior de escolaridade, saindo de 10% para 17% a rejeição. Entre os com renda familiar de cinco a dez salários mínimos, a classificação de "ruim" ou "péssimo" foi de 8% para 15%.
No Norte e no Centro-Oeste, a rejeição foi de 9% para 16%. Na faixa etária de 25 a 34 anos, Lula agora é rejeitado por 15%, -eram 8% na pesquisa anterior.
A maior rejeição registrada pela pesquisa Datafolha foi no Distrito Federal: 24% acham o governo "ruim" ou "péssimo". Brasília é o centro nervoso do funcionalismo público, atingido pela reforma da Previdência do governo.
O Datafolha perguntou aos entrevistados que nota dão, de zero a dez, para a administração federal. Lula recebeu uma média de 6,3. Para 13%, o petista merecia nota máxima, dez. Apenas 7% lhe deram zero.


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