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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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Técnicos e auditores da Receita Federal se reúnem com Berzoini e pedem tratamento diferenciado na reforma

Fiscais fazem coro às críticas à Previdência

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A reforma da Previdência do governo PT desagradou a mais uma forte categoria na Esplanada dos Ministérios: os auditores e técnicos da Receita Federal. Contrários a pontos da proposta, ontem eles estiveram reunidos com o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) para discutir o assunto.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindtten), Reynaldo Puggi, a categoria não pode ter o mesmo tratamento dos demais servidores por exercer uma carreira típica de Estado. "O sistema único não é a única nem a melhor proposta. É preciso preservar as especificidades das carreiras."
O diretor de seguridade da Unafisco Sindical (sindicato que representa os auditores fiscais), Norberto Antunes Sampaio, disse que, embora o sindicato ainda não tenha uma posição fechada sobre o assunto, a intenção de estender as novas regras de aposentadoria aos atuais servidores não é bem vista pelos auditores.
Os militares foram os primeiros a reagir contra a proposta do governo de criar uma regime único para todos os trabalhadores. A resistência das Forças Armadas levou o governo a recuar de sua decisão. Ficou decidido que, apesar de estarem incluídos na reforma, os militares terão regras diferenciadas. Juízes, professores e policiais federais também pleiteiam regras especiais na reforma.

Regime único
A reforma defendida pelo governo prevê a criação de um regime único de aposentadoria para servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. Os benefícios estariam sujeitos a um teto, assim como ocorre hoje no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) -R$ 1.561.
Puggi elogiou a iniciativa do ministro de abrir um debate com a sociedade sobre a reforma e avalia que outras alternativas, que não o teto único, podem contribuir para o controle do déficit da Previdência do setor público. "O rombo divulgado não é do tamanho que se fala e existem outras maneiras de tratá-lo, como a correção de distorções", disse.
O Sindtten tem cerca de 14 mil filiados. O salário médio dos ativos é de R$ 3.200 - praticamente o dobro do teto que o governo defende para as aposentadorias.
"Você não pode mudar as regras no meio do jogo. Além disso, fomos atropelados porque achávamos que a primeira reforma a ser discutida seria a tributária", declarou o diretor da Unafisco. A entidade tem 16 mil associados.


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