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Técnicos e auditores da Receita Federal se reúnem com Berzoini e pedem tratamento diferenciado na reforma
Fiscais fazem coro às críticas à Previdência
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A reforma da Previdência do
governo PT desagradou a mais
uma forte categoria na Esplanada
dos Ministérios: os auditores e
técnicos da Receita Federal. Contrários a pontos da proposta, ontem eles estiveram reunidos com
o ministro Ricardo Berzoini (Previdência) para discutir o assunto.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos da Receita Federal (Sindtten), Reynaldo
Puggi, a categoria não pode ter o
mesmo tratamento dos demais
servidores por exercer uma carreira típica de Estado. "O sistema
único não é a única nem a melhor
proposta. É preciso preservar as
especificidades das carreiras."
O diretor de seguridade da Unafisco Sindical (sindicato que representa os auditores fiscais),
Norberto Antunes Sampaio, disse
que, embora o sindicato ainda
não tenha uma posição fechada
sobre o assunto, a intenção de estender as novas regras de aposentadoria aos atuais servidores não é
bem vista pelos auditores.
Os militares foram os primeiros
a reagir contra a proposta do governo de criar uma regime único
para todos os trabalhadores. A resistência das Forças Armadas levou o governo a recuar de sua decisão. Ficou decidido que, apesar
de estarem incluídos na reforma,
os militares terão regras diferenciadas. Juízes, professores e policiais federais também pleiteiam
regras especiais na reforma.
Regime único
A reforma defendida pelo governo prevê a criação de um regime único de aposentadoria para
servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada. Os benefícios estariam sujeitos a um teto,
assim como ocorre hoje no INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) -R$ 1.561.
Puggi elogiou a iniciativa do ministro de abrir um debate com a
sociedade sobre a reforma e avalia
que outras alternativas, que não o
teto único, podem contribuir para
o controle do déficit da Previdência do setor público. "O rombo divulgado não é do tamanho que se
fala e existem outras maneiras de
tratá-lo, como a correção de distorções", disse.
O Sindtten tem cerca de 14 mil
filiados. O salário médio dos ativos é de R$ 3.200 - praticamente
o dobro do teto que o governo defende para as aposentadorias.
"Você não pode mudar as regras no meio do jogo. Além disso,
fomos atropelados porque achávamos que a primeira reforma a
ser discutida seria a tributária",
declarou o diretor da Unafisco. A
entidade tem 16 mil associados.
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