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Para evitar ações, reforma seguirá STF, afirma Tarso
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O projeto de reforma da Previdência discutido pelo governo federal terá um conteúdo que não
colida com o pensamento majoritário do STF (Supremo Tribunal
Federal), afirmou ontem, em Porto Alegre, o secretário especial do
Desenvolvimento Econômico e
Social, Tarso Genro. O objetivo é
evitar onda de recursos judiciais
contra as mudanças aprovadas.
""O governo vai combater os direitos adquiridos contra a lei e estará atento ao pensamento predominante no Supremo, para fazer
uma reforma que depois não seja
contestada no Judiciário. Temos a
firme convicção de que vamos
instituir normas para bloquear a
reprodução de privilégios", disse,
ao participar do Fórum de Autoridades Locais, evento paralelo ao
Fórum Social Mundial.
Tarso descartou a possibilidade
de haver uma determinação impedindo que se recorra ao Judiciário, como houve na Argentina em
razão dos bloqueios de depósitos
bancários -o ""corralito".
""Isso é uma arbitrariedade, uma
violência constitucional inadmissível em um país civilizado. Não
se pode, em nenhuma hipótese,
criar ou aceitar uma norma constitucional que impeça as pessoas
de recorrerem ao Judiciário. É um
barbarismo jurídico", disse ele.
Ele diz que vai ""se esborrachar"
para atingir a meta de concluir o
projeto de reforma previdenciária
até maio, conforme pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Questionado sobre a possibilidade de o governo se tornar refém
do STF, já que os juízes são uma
das categorias que tem regimes
especiais de aposentadoria, Tarso
afirmou: ""Assim como o Poder
Judiciário tem influência sobre as
decisões do Executivo, o Executivo tem influência sobre o comportamento do Judiciário. O que
há é uma conexão de responsabilidades e de interesses."
A lista de 82 nomes da sociedade civil que integrarão o Conselho
de Desenvolvimento Econômico
e Social -que discutirá a reforma
da Previdência- foi concluída,
mas só será divulgada na semana
que vem. ""Só não vamos divulgá-la agora porque não queremos
que ocorram constrangimentos
como o do Tostão, que não podia
participar, por ter impedimentos
pessoais", disse.
(LG)
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